sábado, 8 de maio de 2010

Soninha Francine candidata ao Senado? Por que?

A idéia de ter Soninha Francine concorrendo ao Senado já está colocada no PPS desde a eleição de 2008, quando a ex-vereadora inovou e fez bonito na disputa pela Prefeitura de São Paulo.


Mesmo após ter sido anunciada pré-candidata ao Governo de São Paulo, a opção para o Senado permaneceu presente. Pesquisas do DataFolha para o Senado indicam que Soninha Francine pode ser a grande novidade das próximas eleições.


No quadro nacional, o PPS reitera apoio ao tucano José Serra para a Presidência. Para o Governo de São Paulo, a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem forte perspectiva de vitória no primeiro turno e papel estratégico decisivo na campanha presidencial.

É aí que se revela o promissor cenário de Soninha Francine candidata ao Senado.


Soninha desponta na Capital


Nos primeiros levantamentos do Datafolha, Soninha aparecia como a mais votada na Capital com 35% dos votos, seguida pelo senador petista Aloizio Mercadante, candidato ao Governo pelo PT que será substituído na disputa ao Senado pela ex-prefeita Marta Suplicy.


No interior, Soninha aparecia com 13% dos votos - e é aqui que ela deve melhorar seu desempenho para obter uma das duas vagas disputadas em 2010.


Entre os eleitores mais jovens, Soninha é também a que recebe mais apoio. No Datafolha, ela obteve 34% na faixa entre 16 e 24 anos, seguida por Netinho de Paula (29%), Mercadante (25%), Quércia (23%) e Tuma (13%).


Soninha atrás apenas de Marta

No mais recente levantamento do Datafolha para o Senado, divulgado em abril e já incluindo Marta Suplicy, a ex-vereadora Soninha atinge entre 25% e 27% na Capital e na Região Metropolitana, e bate todos os demais adversários pela segunda vaga em disputa, ficando atrás apenas da ex-prefeita petista.
 Em todo o Estado, Soninha aparece com 18% das intenções de voto para senadora, competindo com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), que tem 43%; o senador Romeu Tuma (PTB), com 25%; o ex-governador Orestes Quercia (PMDB), com 22%; e o vereador e cantor Netinho de Paula (PC do B), com 19%.
 Os pré-candidatos Soninha, Tuma, Quercia e Netinho estão empatados tecnicamente na disputa pela segunda vaga. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo.
 É importante lembrar que os eleitores escolherão dois senadores em outubro; de acordo com Datafolha, 24% dos entrevistados disseram não saber ainda em quem votar. O levantamento mostrou ainda que 33% dos pesquisados pretendem votar em branco ou nulo.
 Bastante atrás de Soninha estão o vereador Gabriel Chalita (PSB), que tem 8% das intenções de voto; o chefe da Casa Civil do governo José Serra, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), com 6%; e Ricardo Young (PV), presidente do Instituto Ethos, com 3%.

Primeira entre formadores de opinião


A eleição de outubro renovará duas das três vagas ao Senado, que passou por sucessivos escândalos e clama por mudanças.


Outro projeção bastante interessante, divulgada em maio, mostra que Soninha lidera a preferência para o Senado entre o chamado público "formador de opinião". É o que revela o Datafolha, após realizar pesquisa entre os leitores da Folha de S. Paulo.


Os leitores da Folha escolheram Soninha (PPS) com 28%, seguida por Marta Suplicy (PT) com 24% das citações. Romeu Tuma (PTB), aparece com 17%; Gabriel Chalita (PSB), com 14%; Aloysio Nunes (PSDB), com 9%; Orestes Quércia (PMDB), com 8%; Netinho de Paula (PCdoB), com 5%; e Ricardo Young (PV), com 2%. São 21% os leitores que afirmam votar em branco ou nulo, e 14% declaram-se indecisos.

Renovar o Senado


Os recentes escândalos do Senado - e da política em geral - levam o eleitorado à renovação. Nomes como Tuma e Quércia significam para o eleitorado a velha política, que precisa ser combatida. O próprio Mercadante, envolvido com escândalos petistas e na defesa insana de Sarney, perdeu essa característica de político diferenciado.


O importante é que o PPS consegue se estabelecer em São Paulo com esta postura ética e inovadora, uma nova prática política, idéias diferenciadas e identificadas com o que busca a população paulista.



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Responsabilidade fiscal

Há dez anos, Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei Complementar 101, que estabelecia normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
O parágrafo 1º definia o seguintes: "A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas, e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar."

Foi o começo de uma pequena revolução na forma como os diversos níveis de governo deveriam tratar, doravante, as contas públicas, ao obrigar os entes da Federação a buscarem o equilíbrio delas por meio de uma administração cada vez mais profissionalizada; com planejamento, controle, transparência e a responsabilização como premissas básicas.

A Lei de Responsabilidade Fiscal constituiu-se em elemento fundamental para consolidar o Real como moeda efetiva e para superarmos mais de três décadas de inflação crônica que corroía nossa capacidade de desenvolvimento autônomo e sustentado, livrando-nos da necessidade permanente de financiamento externo para cobrir reincidentes déficits nas contas públicas.

Quando, no Senado, votei favoravelmente a este Projeto de Lei grande, mas parte da esquerda era contrária porque consideva-o uma proposta "neoliberal". Naquela época a esquerda estava no poder na Itália.

Enfrentando os problemas do país, líderes como o então primeiro-ministro Maximo D'Alema percebiam que uma boa gestão da administração pública, feita de forma adequada, com prioridade para a saúde nas finanças públicas não eram uma questão atinente à esquerda ou à direita.
Não se revestiam de uma visão ideológica, mas de capacidade administrativa, de competência para gerir o Estado. A experiência e a implementação da lei induziram os diversos entes da Federação a se adequar aos preceitos que ela trazia, com evidentes ganhos para todos, ao colocar como objetivo permanente da economia e dos governantes emparticular a responsabilização de todos com o equilíbrio fiscal.

Sem falar da necessária reformulação dos modos e costumes administrativos legados por uma concepção de governo que não tinha compromisso com a sustentabilidade de programas e projetos, do ponto de vista financeiro, acarretando graves prejuízos para a comunidade local e à sociedade, em seu aspecto geral.

Neste momento, devemos nos concentrar nos aspectos positivos, naquilo que ganhamos com a implementação da lei, avançando para uma governança cada vez mais democrática e inclusiva dos anseios e demandas da sociedade.

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Roberto Freire é presidente do PPS



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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Gripe eleitoral

             Foto: Jean Pimentel

Ainda que esteja apenas no período de pré-campanha, José Serra não resistiu ontem, em Santa Maria, aos apelos dos anfitriões e deu uma passadinha pelo calçadão, parada obrigatória dos políticos que passam pela cidade. Assim que desceu da van, Serra foi logo cumprimentando os eleitores que encontrava pelo caminho. À medida que as pessoas o reconheciam, o ex-governador era cercado por gente querendo uma foto, um autógrafo ou um abraço. Serra parava para conversar.
 Nas lojas, entrou cumprimentando vendedores. Em uma delas, ganhou um CD do prefeito Cezar Schirmer com a música considerada um hino no Rio Grande do Sul: Querência Amada.
Com sintomas de gripe, José Serra procurou, em meio à caminhada, uma farmácia para se medicar.


A injeção de antibiótico foi aplicada pelo ex-secretário da Saúde Osmar Terra, considerado – ao lado de Eliseu Padilha – o mais tucano dos deputados do PMDB.


Serra elogiou a habilidade de Terra:


– Fez eu não sentir a agulha entrar.


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terça-feira, 4 de maio de 2010

Novas Metrópoles Paulistas - População, vulnerabiliade e segregação

organizado pelo Prof. Dr. José Marcos Pinto da




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Vulnerabilidades das metrópoles

Especiais

Projeto Temático investiga dinâmica sociodemográfica das regiões de Campinas e Santos e gera base de dados inédita para estudos sobre vulnerabilidade em relação à exclusão socioespacial, meio ambiente, família e mobilidade urbana

Agência FAPESP

Altamente urbanizadas, as regiões metropolitanas de Campinas e Santos se expandiram para os municípios vizinhos, nos quais as taxas de crescimento são muito mais elevadas do que nas cidades centrais. Apesar da importância econômica das duas regiões, as características peculiares de sua dinâmica de distribuição espacial e mobilidade populacional foram pouco estudadas até agora, por falta de dados de base.

Durante os últimos cinco anos, um grupo de pesquisadores ligados ao Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) se dedicou a preencher essa lacuna, levantando um amplo conjunto de informações e análises sobre a dinâmica sociodemográfica nas duas regiões.

Coordenado por José Marcos Pinto da Cunha - pesquisador do Nepo e professor do Departamento de Demografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp -, o Projeto Temático "Dinâmica intrametropolitana e vulnerabilidade nas metrópoles do interior paulista: Campinas e Santos" teve participação de pelo menos 12 pesquisadores e uma dezena de pós-graduandos, além de assistentes técnicos, estagiários e bolsistas de iniciação científica.

A pesquisa explorou várias linhas de investigação em torno de uma questão central: desvendar os processos sociodemográficos que explicam os impactos do padrão de crescimento dessas regiões metropolitanas sobre a população local. Para avaliar as diferentes capacidades de resposta da população à dinâmica sociodemográfica, os pesquisadores empregaram o conceito de vulnerabilidade.

"A ideia da vulnerabilidade está intrinsecamente associada à questão do risco social e ambiental. Nas várias linhas de pesquisa, avaliamos a questão do risco em relação às diversas linhas de investigação, como a exclusão socioespacial, a dinâmica da família - considerando a posição da mulher, por exemplo -, a questão ambiental e a mobilidade", disse Cunha à Agência FAPESP.
O grupo partiu da hipótese de que, para enfrentar os riscos, as famílias dispõem de ativos que tem distintas naturezas tangíveis e intangíveis, que no projeto foram classificadas em termos de capitais físico - ou financeiro - , humano e social, sendo que atributos sociodemográficos como idade, arranjos familiares e tempo de residência poderiam potencializar seu uso e mobilização, de forma a reduzir o grau de vulnerabilidade.

Segundo o pesquisador, enquanto a região metropolitana de São Paulo vem sendo tratada com bastante profundidade - em especial pelo Nepo e pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM), um dos Centros de Pesquisa Inovação e Difusão (Cepids) da FAPESP -, as regiões de Santos e Campinas são importantes aglomerações urbanas para as quais havia muito pouca produção na área sociodemográfica.

"Havia necessidade de cobrir essa lacuna no conhecimento a fim de fornecer subsídios para políticas públicas. A proposta era realizar um mapeamento da dinâmica sociodemográfica dessas regiões e o objetivo foi plenamente cumprido - tanto em relação à análise de dados secundários, como na realização de levantamentos amostrais", explicou.

Com a análise de fontes secundárias, em especial os censos de 1970, 1980, 1991 e 2000, os pesquisadores puderam produzir um retrato das características de expansão territorial das áreas urbanas, mapeando as zonas de vulnerabilidade dentro das áreas urbanas. Na segunda fase do projeto, foram feitos levantamentos amostrais da população das duas regiões.

A exploração dos dados secundários foi consubstanciada em dois produtos que agora estão disponíveis na internet. Um deles é o Atlas da Região Metropolitana, que apresenta um raio X das duas regiões.

"O Atlas deixou evidente que há de fato uma dinâmica metropolitana que vai além dos interesses individuais de cada município. Ele demonstrou que existe um cidadão metropolitano que precisa ser pensado como tal e que as políticas públicas devem ser pensadas em escala metropolitana. É um produto cuja função é menos analítica e mais informativa: disponibiliza um conjunto de informações muito útil para os prefeitos", disse.

O outro produto derivado da consolidação do conhecimento adquirida com os dados secundários é o livro Novas Metrópoles Paulistas - População, vulnerabilidade e segregação, organizado pelo professor da Unicamp.
"O livro apresenta uma coletânea de artigos que detalha nossas referências teóricas e metodológicas, consolidadas a partir de quatro grandes seminários realizados no decorrer do projeto. A segunda parte é dedicada à análise sociodemográfica, fornecendo ao leitor a visão do que são essas duas regiões em suas configurações socioespaciais. A terceira parte reúne estudos pontuais feitos pelos pesquisadores e pós-graduandos do grupo", disse.

Na segunda fase do projeto, os pesquisadores iniciaram o processo de produção da pesquisa domiciliar, visitando mais de 3.500 domicílios nas duas regiões.

"Nossa estratégia consistia em explorar ao máximo os dados disponíveis - para não corrermos riscos de 'reinventar a roda' - e em seguida aproveitar o aporte do Projeto Temático para fazer a pesquisa domiciliar - que é algo extremamente complexo e que demanda muitos recursos. A FAPESP nos deu essa possibilidade e conseguimos tantos dados que será necessário iniciar outro projeto para analisá-los", afirmou.

A heterogeneidade das duas regiões metropolitanas criou um desafio metodológico considerável. "Todo o plano amostral foi elaborado para falar da região como um todo e, a partir daí, fizemos uma estratificação, com zonas de vulnerabilidade configuradas por áreas que nem sempre são contíguas", disse Cunha.
Pela análise, baseada em dados estatísticos, foram definidas quatro zonas de vulnerabilidade em Campinas e três em Santos - todas acentuadamente heterogêneas. "A partir de agora, poderemos estudar as duas regiões como um todo, ou considerando as diferenças entre essas áreas. Envolvendo uma logística complexa, essa pesquisa domiciliar foi um trabalho muito árduo, desde a concepção do questionário até a realização da pesquisa de campo", disse

Os dados obtidos nas duas fases do projeto abriram portas para um grande esforço de pesquisa. A partir desses subsídios, há várias dissertações e teses atualmente em gestação. As que já foram defendidas foram incluídas no relatório final do projeto.

Universalização marcante

Segundo o pesquisador do Nepo, a vulnerabilidade - conceito central no Projeto Temático - está, de modo geral, ligada à capacidade de resposta das famílias aos diversos tipos de riscos a elas impostas. Por isso, o grau de vulnerabilidade está relacionado à disponibilidade de ativos de que essas pessoas dispõem. "Vemos três fontes importantes de ativos: o mercado, o Estado e o que chamamos de capital social", disse.

A estabilidade do mercado de trabalho, por exemplo, é um ativo importante. A partir do Estado, a população também dispõe de ativos fundamentais, que vão além da renda, como a disponibilidade de saúde, habitação e educação. Quem tem menos acesso a esses ativos, está mais vulnerável.

"Os estudos de segregação socioespacial mostram que o lugar onde se vive tem grande impacto nas vidas das pessoas. Nessa geografia das oportunidades, o Estado também é uma fonte importante de ativos", afirmou Cunha.

A comunidade, ou capital social, segundo ele, é mais um ativo fundamental, capaz de tirar os cidadãos da condição de vulnerabilidade. "Uma pessoa pode mobilizar a comunidade em vários níveis, como uma mãe solteira que deixa seus filhos com vizinhos e parentes. Procuramos explorar a relação que as pessoas desenvolvem com sua comunidade em vários níveis. Reunimos muito material de pesquisa qualitativa. Agora esses dados estão disponíveis para outros estudos", apontou.

Entre os inúmeros dados levantados, que de maneira esquemática são apresentados nos "Sumários de Dados" organizados para cada região, um chamou a atenção dos pesquisadores: o tamanho das famílias vem sofrendo redução em ambas as regiões.

"Outro ponto que conseguimos mostrar é a heterogeneidade em termos de acesso a serviços de infraestrutura. No caso do acesso à água, por exemplo, notamos uma universalização marcante, mas encontramos diferenças importantes em relação à qualidade desse acesso - tanto em Santos como em Campinas", afirmou Cunha.

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