sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Os filhos do Brasil

       Divulgação

Cena do filme "Lula, o Filho do Brasil", do diretor Fábio Barreto, que narra a trajetória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

CÉSAR BENJAMIN


ESPECIAL PARA A FOLHA

A PRISÃO na Polícia do Exército da Vila Militar, em setembro de 1971, era especialmente ruim: eu ficava nu em uma cela tão pequena que só conseguia me recostar no chão de ladrilhos usando a diagonal. A cela era nua também, sem nada, a menos de um buraco no chão que os militares chamavam de "boi"; a única água disponível era a da descarga do "boi". Permanecia em pé durante as noites, em inúteis tentativas de espantar o frio. Comia com as mãos. Tinha 17 anos de idade.

Um dia a equipe de plantão abriu a porta de bom humor. Conduziram-me por dois corredores e colocaram-me em uma cela maior onde estavam três criminosos comuns, Caveirinha, Português e Nelson, incentivados ali mesmo a me usar como bem entendessem. Os três, porém, foram gentis e solidários comigo. Ofereceram-me logo um lençol, com o qual me cobri, passando a usá-lo nos dias seguintes como uma toga troncha de senador romano.

Oriundos de São Paulo, Caveirinha e Português disseram-me que "estavam pedidos" pelo delegado Sérgio Fleury, que provavelmente iria matá-los. Nelson, um mulato escuro, passava o tempo cantando Beatles, fingindo que sabia inglês e pedindo nossa opinião sobre suas caprichadas interpretações. Repetia uma ideia, pensando alto: "O Brasil não dá mais. Aqui só tem gente esperta. Quando sair dessa, vou para o Senegal. Vou ser rei do Senegal".


Voltei para a solitária alguns dias depois. Ainda não sabia que começava então um longo período que me levou ao limite.


Vegetei em silêncio, sem contato humano, vendo só quatro paredes -"sobrevivendo a mim mesmo como um fósforo frio", para lembrar Fernando Pessoa- durante três anos e meio, em diferentes quartéis, sem saber o que acontecia fora das celas. Até que, num fim de tarde, abriram a porta e colocaram-me em um camburão. Eu estava sendo transferido para fora da Vila Militar. A caçamba do carro era dividida ao meio por uma chapa de ferro, de modo que duas pessoas podiam ser conduzidas sem que conseguissem se ver. A vedação, porém, não era completa. Por uma fresta de alguns centímetros, no canto inferior à minha direita, apareceram dedos que, pelo tato, percebi serem femininos.


Fiquei muito perturbado (preso vive de coisas pequenas). Há anos eu não via, muito menos tocava, uma mulher. Fui desembarcado em um dos presídios do complexo penitenciário de Bangu, para presos comuns, e colocado na galeria F, "de alta periculosia", como se dizia por lá. Havia 30 a 40 homens, sem superlotação, e três eram travestis, a Monique, a Neguinha e a Eva. Revivi o pesadelo de sofrer uma curra, mas, mais uma vez, nada ocorreu. Era Carnaval, e a direção do presídio, excepcionalmente, permitira a entrada de uma televisão para que os detentos pudessem assistir ao desfile.


Estavam todos ocupados, torcendo por suas escolas. Pude então, nessa noite, ter uma longa conversa com as lideranças do novo lugar: Sapo Lee, Sabichão, Neguinho Dois, Formigão, Ari dos Macacos (ou Ari Navalhada, por causa de uma imensa cicatriz que trazia no rosto) e Chinês. Quando o dia amanheceu éramos quase amigos, o que não impediu que, durante algum tempo, eu fosse submetido à tradicional série de "provas de fogo", situações armadas para testar a firmeza de cada novato.


Quando fui rebatizado, estava aceito. Passei a ser o Devagar. Aos poucos, aprendi a "língua de congo", o dialeto que os presos usam entre si para não serem entendidos pelos estranhos ao grupo.


Com a entrada de um novo diretor, mais liberal, consegui reativar as salas de aula do presídio para turmas de primeiro e de segundo grau. Além de dezenas de presos, de todas as galerias, guardas penitenciários e até o chefe de segurança se inscreveram para tentar um diploma do supletivo. Era o que eu faria, também: clandestino desde os 14 anos, preso desde os 17, já estava com 22 e não tinha o segundo grau. Tornei-me o professor de todas as matérias, mas faria as provas junto com eles.


Passei assim a maior parte dos quase dois anos que fiquei em Bangu. Nos intervalos das aulas, traduzia livros para mim mesmo, para aprender línguas, e escrevia petições para advogados dos presos ou cartas de amor que eles enviavam para namoradas reais, supostas ou apenas desejadas, algumas das quais presas no Talavera Bruce, ali ao lado. Quanto mais melosas, melhor.


Como não havia sido levado a julgamento, por causa da menoridade na época da prisão, não cumpria nenhuma pena específica. Por isso era mantido nesse confinamento semiclandestino, segregado dos demais presos políticos. Ignorava quanto tempo ainda permaneceria nessa situação.


Lembro-me com emoção -toda essa trajetória me emociona, a ponto de eu nunca tê-la compartilhado- do dia em que circulou a notícia de que eu seria transferido. Recebi dezenas de catataus, de todas as galerias, trazidos pelos próprios guardas. Catatau, em língua de congo, é uma espécie de bilhete de apresentação em que o signatário afiança a seus conhecidos que o portador é "sujeito-homem" e deve ser ajudado nos outros presídios por onde passar.


Alguns presos propuseram-se a organizar uma rebelião, temendo que a transferência fosse parte de um plano contra a minha vida. A essa altura, já haviam compreendido há muito quem eu era e o que era uma ditadura.


Eu os tranquilizei: na Frei Caneca, para onde iria, estavam os meus antigos companheiros de militância, que reencontraria tantos anos depois. Descumprindo o regulamento, os guardas permitiram que eu entrasse em todas as galerias para me despedir afetuosamente de alunos e amigos. O Devagar ia embora.


São Paulo, 1994. Eu estava na casa que servia para a produção dos programas de televisão da campanha de Lula. Com o Plano Real, Fernando Henrique passara à frente, dificultando e confundindo a nossa campanha.


Nesse contexto, deixei trabalho e família no Rio e me instalei na produtora de TV, dormindo em um sofá, para tentar ajudar. Lá pelas tantas, recebi um presente de grego: um grupo de apoiadores trouxe dos Estados Unidos um renomado marqueteiro, cujo nome esqueci. Lula gravava os programas, mais ou menos, duas vezes por semana, de modo que convivi com o americano durante alguns dias sem que ele houvesse ainda visto o candidato.


Dizia-me da importância do primeiro encontro, em que tentaria formatar a psicologia de Lula, saber o que lhe passava na alma, quem era ele, conhecer suas opiniões sobre o Brasil e o momento da campanha, para então propor uma estratégia. Para mim, nada disso fazia sentido, mas eu não queria tratá-lo mal. O primeiro encontro foi no refeitório, durante um almoço.


Na mesa, estávamos eu, o americano ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci. Lula puxou conversa: "Você esteve preso, não é Cesinha?" "Estive." "Quanto tempo?" "Alguns anos...", desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: "Eu não aguentaria. Não vivo sem boceta".


Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de "menino do MEP", em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do "menino", que frustrara a investida com cotoveladas e socos.

Foi um dos momentos mais kafkianos que vivi. Enquanto ouvia a narrativa do nosso candidato, eu relembrava as vezes em que poderia ter sido, digamos assim, o "menino do MEP" nas mãos de criminosos comuns considerados perigosos, condenados a penas longas, que, não obstante essas condições, sempre me respeitaram.


O marqueteiro americano me cutucava, impaciente, para que eu traduzisse o que Lula falava, dada a importância do primeiro encontro. Eu não sabia o que fazer. Não podia lhe dizer o que estava ouvindo. Depois do almoço, desconversei: Lula só havia dito generalidades sem importância. O americano achou que eu estava boicotando o seu trabalho. Ficou bravo e, felizmente, desapareceu.

Dias depois de ter retornado para a solitária, ainda na PE da Vila Militar, alguém empurrou por baixo da porta um exemplar do jornal "O Dia". A matéria da primeira página, com direito a manchete principal, anunciava que Caveirinha e Português haviam sido localizados no bairro do Rio Comprido por uma equipe do delegado Fleury e mortos depois de intensa perseguição e tiroteio. Consumara-se o assassinato que eles haviam antevisto.


Nelson, que amava os Beatles, não conseguiu ser o rei do Senegal: transferido para o presídio de Água Santa, liderou uma greve de fome contra os espancamentos de presos e perseverou nela até morrer de inanição, cerca de 60 dias depois. Seu pai, guarda penitenciário, servia naquela unidade.


Neguinho Dois também morreu na prisão. Sapo Lee foi transferido para a Ilha Grande; perdi sua pista quando o presídio de lá foi desativado. Chinês foi solto e conseguiu ser contratado por uma empreiteira que o enviaria para trabalhar em uma obra na Arábia, mas a empresa mudou os planos e o mandou para o Alasca. Na última vez que falei com ele, há mais de 20 anos, estava animado com a perspectiva do embarque: "Arábia ou Alasca, Devagar, é tudo as mesmas Alemanhas!" Ele quis ir embora para escapar do destino de seu melhor amigo, o Sabichão, que também havia sido solto, novamente preso e dessa vez assassinado. Não sei o que aconteceu com o Formigão e o Ari Navalhada.


A todos, autênticos filhos do Brasil, tão castigados, presto homenagem, estejam onde estiverem, mortos ou vivos, pela maneira como trataram um jovem branco de classe média, na casa dos 20 anos, que lhes esteve ao alcance das mãos. Eu nunca soube quem é o "menino do MEP". Suponho que esteja vivo, pois a organização era formada por gente com o meu perfil. Nossa sobrevida, em geral, é bem maior do que a dos pobres e pretos.


O homem que me disse que o atacou é hoje presidente da República. É conciliador e, dizem, faz um bom governo. Ganhou projeção internacional. Afastei-me dele depois daquela conversa na produtora de televisão, mas desejo-lhe sorte, pelo bem do nosso país. Espero que tenha melhorado com o passar dos anos.


Mesmo assim, não pretendo assistir a "O Filho do Brasil", que exala o mau cheiro das mistificações. Li nos jornais que o filme mostra cenas dos 30 dias em que Lula esteve detido e lembrei das passagens que registrei neste texto, que está além da política. Não pretende acusar, rotular ou julgar, mas refletir sobre a complexidade da condição humana, justamente o que um filme assim, a serviço do culto à personalidade, tenta esconder.

CÉSAR BENJAMIN, 55, militou no movimento estudantil secundarista em 1968 e passou para a clandestinidade depois da decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro desse ano, juntando-se à resistência armada ao regime militar. Foi preso em meados de 1971, com 17 anos, e expulso do país no final de 1976. Retornou em 1978. Ajudou a fundar o PT, do qual se desfiliou em 1995. Em 2006 foi candidato a vice-presidente na chapa liderada pela senadora Heloísa Helena, do PSOL, do qual também se desfiliou. Trabalhou na Fundação Getulio Vargas, na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Prefeitura do Rio de Janeiro e na Editora Nova Fronteira. É editor da Editora Contraponto e colunista da Folha.



































Continue lendo...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

FAZENDO NANOARTE

Por Alex Sander Alcântara

 Agência FAPESP – A nanotecnologia lida com partículas que medem bilionésimos do metro, portanto invisíveis a olho nu, mesmo com ajuda dos microscópios comuns. Mas se trata de um universo que, além de ter enorme potencial de aplicações, conta com visual sem igual.

O material é ideal para a arte, ou melhor, para a nanoarte, como mostram pesquisadores ligados ao Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP – e ao Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN), também apoiado pela FAPESP.


O grupo tem obtido imagens surpreendentes a partir de nanopartículas de materiais cerâmicos. O que começou como um simples experimento deu tão certo que, inserido na pesquisa do centro, virou o projeto Nanoarte. Além de exposições de fotos, que começaram o ano passado, a iniciativa já conta com quatro vídeos disponíveis no YouTube

Segundo Antonio Carlos Hernandes, professor do Departamento de Física e Ciência dos Materiais do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), a proposta do projeto é popularizar o nanomundo dos materiais e estimular a curiosidade científica a partir das imagens obtidas em microscópio eletrônico de altíssima resolução.


“Quando iniciamos a pesquisa em nanomateriais, não tínhamos a menor ideia de que agregaríamos também um projeto artístico. Mas no momento da seleção das imagens, realizada por dois estudantes, vimos que seria interessante levar informações aliadas às belas imagens para a população em geral”, disse à Agência FAPESP .


As imagens, feitas em preto e branco, são selecionadas e catalogadas. Em seguida, são coloridas por um programa de computador. No caso de vídeos, são exibidas junto com uma trilha sonora.


“Uma partícula sobre a outra, por exemplo, pode gerar uma imagem inusitada. Nem sempre as imagens que são mostradas e que têm uma beleza estética são exatamente os resultados que a gente queria do ponto de vista científico. Mas não alteramos a estrutura, somente mudamos a cor”, disse Hernandes.


As primeiras exposições de fotos começaram no ano passado em alguns centros culturais de São Carlos. Durante as exposições, um monitor explicava os princípios da nanotecnologia. Mas, como a ideia inicial era apenas popularizar o conhecimento científico sobre nanotecnologia, não havia no projeto um objetivo pedagógico.


“Depois dos primeiros vídeos, recebemos e-mails de várias partes do país que pediam para que os professores pudessem utilizar os vídeos em sala de aula. Foi quando resolvemos montar uma página na internet com o material produzido”, disse.
 Olhar diferente
As pesquisas desenvolvidas no CMDMC e no INCTMN procuram obter nanopartículas e materiais nanoestruturados para diversas aplicações. Os projetos desenvolvidos são voltados para áreas como odontologia e indústria de plásticos (nanocompósitos).


“Temos utilizado os nanomateriais para fazer camada protetora em outros produtos, por exemplo. São pesquisas com foco e aplicação muito bem definidos. É o olhar de forma diferente para essas pesquisas que levou à ideia de acoplar a ciência com a arte”, disse Hernandes.


O pesquisador destaca também o trabalho em equipe e a iniciativa do projeto, do professor Elson Longo, do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista, coordenador do CMDMC e do INCTMN. A animação e a arte dos vídeos são de autoria de Rorivaldo de Camargo, técnico em microscopia, e do mestrando Ricardo Tranquilin. “É um trabalho artístico em equipe e o resultado final é prazeroso e motivador”, afirma Hernandes.


As fotos retratam materiais cerâmicos que foram captados por sistemas de microscopia eletrônica a partir de alguns óxidos produzidos na forma de pó. “Esses materiais são usados em nossas pesquisas na fabricação de sensores e em dispositivos para a geração de luz branca”, explicou.


“As imagens resultantes são reais, não estamos mostrando algo que criamos. É a natureza, mas a natureza que podemos controlar. Temos sugestões de pessoas que olham e querem participar do processo. Tem alunos e professores que mandam e-mail sugerindo acréscimos de informação que seguramente devemos incorporar nos próximos vídeos”, disse.

Com trilha sonora de música erudita, os vídeos compõem hoje a série Nanociência e Nanotecnologia: o tempo da nanoarte. Os DVDs do projeto Nanoarte estão disponíveis aos interessados e podem ser adquiridos gratuitamente. Os pedidos devem ser encaminhados para os e-mails dos professores Hernandes (hernandes@ifsc.usp.br) ou Elson Longo (elson@iq.unesp.br).

www.cmdmc.com.br/nanoarte

Continue lendo...

domingo, 22 de novembro de 2009

O Fórum Regional de Políticas Públicas da JPS em Votorantim Diagnosticou o Descaso do Poder Público e o Enfraquecimento do PPS na Região

Lideranças do PPS/JPS da Região de Votorantim


Neste último sábado (21/11) na cidade de Votorantim, a Juventude Popular Socialista do Estado de São Paulo – JPS/SP, reuniu as cidades de Ibiúna, Salto, Votorantim, Pilar do Sul, Mairinque, Araçariguama, São Roque, Araçoiaba da Serra e Salto de Pirapora, onde discutiram políticas públicas desenvolvidas na região e, a real situação do Partido Popular Socialista nessas cidades. A cidade de Votorantim recebeu também a visita do vereador Marcelo Del Bosco (PPS) da cidade de Santos e o ambientalista Antonio Aleixo do PPS da cidade de São Paulo.

O Presidente Estadual da JPS/SP Peterson Ruan frisou da necessidade que a região possuí na área da educação, saúde e trabalho, quando a juventude não precisa de mera ocupação, mas sim, de um trabalho decente, ou seja, digno de criar uma perspectiva na vida destes jovens. As cidades presentes firmaram um pacto para a criação de um núcleo de debates, que possibilitará maior participação da população e da sociedade organizada, que buscará a solução para os maiores problemas enfrentados na região.

As cidades clamaram por um PPS mais organizado naquela região, por ser um partido que contribui pro desenvolvimento humano e social. “Levaremos esse pleito à executiva estadual e se for necessário até à executiva nacional, o nosso PPS não poderá continuar nessa região a mercê de alguns grupos ligados a parlamentares de outras agremiações partidárias e, nem mesmo, servindo de mero interlocutor de um parlamentar da região filiado ao PSDB junto a administração do PT, como acontece aqui na cidade de Votorantim” ressalta Peterson Ruan.

A juventude do PPS tem essa missão de fomentar o debate em prol da comunidade e ao mesmo tempo construir um partido sólido nos municípios. “Vamos discutir o municipalismo e a reforma política, que por mais de uma década vem se arrastando e nada acontece, por isso, precisamos de José Serra em 2010 como nosso candidato e de toda sociedade que não aceita esse continuísmo, assim, só ele levará essas questões pro seu programa de governo,” finaliza Peterson Ruan.

Continue lendo...