quinta-feira, 1 de abril de 2010

Soninha aparece disputando 2ª vaga no Senado


Depois de excluir por conta própria Soninha Francine da última pesquisa para o Governo de São Paulo, o Datafolha incluiu a pré-candidata do PPS na pesquisa ao Senado divulgada nesta quinta-feira, 1º de abril.

A ex-vereadora e subprefeita da Lapa Soninha aparece com 18% das intenções de voto para senadora em todo o Estado, competindo com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), que tem 43%; o senador Romeu Tuma (PTB), com 22%; e o vereador e cantor Netinho de Paula (PC do B),com 19%.

 Os pré-candidatos Soninha, Tuma e Netinho estão empatados tecnicamente na disputa pela segunda vaga. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Na Capital e na Região Metropolitana, Soninha atinge entre 25% e 27% e bate todos os demais adversários pelo segundo lugar, ficando atrás apenas de Marta Suplicy.

É importante lembrar que os eleitores escolherão dois senadores em outubro; de acordo com Datafolha, 24% dos entrevistados disseram não saber ainda em quem votar. O levantamento mostrou ainda que 33% dos pesquisados pretendem votar em branco ou nulo.
Bastante atrás de Soninha estão o vereador Gabriel Chalita (PSB), que tem 8% das intenções de voto; o chefe da Casa Civil do governo José Serra, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), com 6%; e Ricardo Young (PV), presidente do Instituto Ethos, com 3%.
A eleição de outubro renovará duas das três vagas ao Senado, que passou por sucessivos escândalos e clama por mudanças.

Hoje, além de Tuma, São Paulo é representado pelos petistas Aloizio Mercadante, que será candidato ao governo de São Paulo, e por Eduardo Suplicy, reeleito em 2006. O mandato é de oito anos. Veja aqui o resultado completo do Datafolha.

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Aécio deixa governo e não descarta ser vice de Serra

O tucano Aécio Neves (PSDB) deixou ontem o governo de Minas dando a entender que seu futuro político não está definido. Depois de já ter dito uma série de vezes que descarta a hipótese de ser candidato a vice numa chapa encabeçada pelo também tucano José Serra e dizer que pretende ser candidato ao Senado, Aécio ontem ressaltou em discurso que o “destino” é que decidirá o que fará.
 
— "Com emoção me despeço como governador para voltar ao meio de todos como cidadão e conterrâneo para os acompanhar e receber o que o destino me reservar", declarou, com voz embargada, ao transferir o cargo para seu vice e agora governador do estado, Antônio Augusto Anastasia, que disputará a reeleição em outubro.
 
* Na foto, os convidados para a festa de despedida de Aécio: Luciano Huck, Maitê Proença, Cristiane Torloni e Zico.

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quarta-feira, 31 de março de 2010

Goldman tem história e preparo, diz Serra

Serra fala para o público na área externa do Palácio dos Bandeirantes (Foto: Vanessa Carvalho/AE)


Alberto Goldman vai comandar governo de São Paulo.
José Serra será candidato tucano à presidência.

Maria Anélica de Oliveira

O governador José Serra (PSDB-SP) realizou nesta quarta-feira (31) sua despedida do Palácio dos Bandeirantes. O tucano vai deixar o cargo para concorrer à Presidência da República. Durante seu discurso, por diversas vezes, Serra enalteceu as qualidades do vice-governador, Alberto Goldman, que assumirá o cargo. “É um homem íntegro, democrata e patriota. Tem história e preparo”, disse.

À vontade no palco, o governador brincou com os secretários, com o público e fez referência ao Palmeiras, time para o qual torce. E brincou com Goldman ao lembrar da lei anti-fumo. “O Goldman depois dessa não pôde mais fumar nem no banheiro do seu gabinete, pelo menos as câmeras que têm lá não mostraram. Ele não sabia que tinha câmeras, agora está sabendo.”
 Serra reuniu no evento ao menos 26 deputados estaduais que citou ao iniciar seu discurso. Após anunciar a lista, brincou com o presidente da Assembléia Legislativa, Barros Munhoz. “Podemos até deliberar alguma coisa aqui, Barros.”

O secretário de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, que disputará o governo de São Paulo, foi bastante aplaudido nas vezes em que foi citado por Serra.

Balanço

Serra agradeceu a "chance" que teve de governar São Paulo e de "melhorar a vida de milhões de pessoas". Ele acrescentou que, tendo feito isso, passou a ser uma pessoa melhor e afirmou que sempre apreciou o valor da "humildade intelectual". Citando Guimarães Rosa, ele disse que mestre não é quem ensina, é quem, de repente, aprende.
 
Serra, que enfrenta uma greve dos professores da rede estadual, defendeu a remuneração por mérito e a gestão por resultados. Ele destacou que as escolas tiveram metas para cumprir e que professores e servidores “estão ganhando mais e vão ganhar mais segundo seu desempenho”.
 
Ele lembrou conquistas na área de educação, como ter dobrado o número de vagas. “Encontramos sete mil alunos e vamos deixar 170 mil vagas”, disse. Segundo ele, o governo também chegou a “uma variedade” de 84 cursos técnicos. “Esse é o ensino que vira emprego.”
 
Cortes

“Austeridade não é mesquinharia econômica. É cortar onde precisa. Não é guardar dinheiro numa burra e deixar longe das necessidades da população”, disse, afirmando que, num esforço fiscal, o governo desonerou setores, não aumentou impostos e conseguiu fazer crescer a arrecadação.
 
Ao citar os investimentos em saneamento, o governador afirmou que essas obras geralmente são consideradas “dinheiro enterrado”. “Esse governo vai enterrar R$ 7 bilhões em saneamento e vamos semear saúde. Não temos nenhum compromisso com a sociedade do espetáculo, mas sim, com a saúde”.
 
Segurança

Ele também citou que houve redução de 27% na taxa de homicídios nos últimos três anos e que o orçamento da Secretaria de Segurança Pública cresceu 40% nesse período.
 
O governador refutou qualquer ingerência de partidos e outras lideranças no governo. "No nosso governo, deputados não nomearam e não nomeiam secretários." Ele afirmou ainda que nunca discriminou nenhum prefeito por ser da oposição. "Nunca se olhou a cor da camisa partidária de prefeitos e deputados. Nossos opositores sabem dessa postura. No governo, a gente serve ao interesse público, e não às máquinas partidárias."

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terça-feira, 30 de março de 2010

Empresária confessa que inventou envolvimento do PPS

o portal do PPS:

"Sempre disse que não passavam de calúnias", afirmou, nesta terça-feira, o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), ao comentar depoimento da diretora do Unirepro, Nerci Soares Bussanra, inocentando-o de qualquer envolvimento com o escândalo da propina no Governo do Distrito Federal.
Durante depoimento, Bussanra disse que inventou a história de que pagava suborno a Augusto Carvalho, então secretário de Saúde no governo Arruda.
Confessou também ter inventado que o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, seria beneficiário de um esquema de pagamento de propina a dirigentes do partido.

Ela disse que criou a história para se livrar dos achaques do ex-secretário de Assuntos Institucionais, Durval Barbosa. Mas a empresária admitiu à PF que pagava propina a outros integrantes do governo, entre ele Durval Barbosa, para quem entregou R$ 152 mil.

Para Augusto, a revelação feita pela empresária comprova a sua inocência. No entanto, ele disse que vai manter ação judicial que move contra Nerci Soares Bussanra e o ex-secretário do GDF.

"Ela manchou minha honra de cidadão e de político para escapar das tungagens (pedido de propina) de Durval. Esse crime não pode ficar impune", afirmou o deputado, ao enfatizar que vai continuar a buscar reparação na Justiça.

Com cinco mandatos como deputado, um deles como distrital, Augusto disse que recebe a notícia com alívio, mas reconhece que "a caminhada é árdua e difícil" na busca da recuperação de sua imagem.

"O estrago que essa leviandade fez a minha imagem é difícil de ser recuperado facilmente, mas confio na Justiça e na liberdade de imprensa", asseverou.

O depoimento da diretora do Unirepro aconteceu no dia 27 de janeiro deste ano, mas a imprensa só teve acesso ao documento na semana passada.

"Estranho que a Polícia Federal só tenha divulgado esse depoimento agora. Enquanto isso, eu sofria um verdadeiro massacre na mídia", lamentou Agusto.

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PEC 300: Não há por que adiar?



* Dimas Ramalho

Mais uma vez a Câmara dos Deputados terá uma chance assumir sua responsabilidade e votar de vez, agora em segundo turno, da Proposta da Emenda Constitucional (PEC300), que altera a remuneração de policiais militares e bombeiros criando um piso salarial com o praticado no Distrito Federal.

Desde 2008, quando esta proposta chegou à Casa, tenho, junto com diversos outros deputados e entidades, pressionado para que entrasse em pauta e fosse aprovado.


Isto de fato ocorreu. Já votamos em primeiro turno a aprovação da PEC 300 e, por se tratar de emenda à constituição, é necessário uma segunda votação pelos deputados. Após isso, o projeto retorna ao Senado, sua casa de origem, para também passar por dois turnos de votação. Se aprovado, vai ainda para sanção presidencial.

Se existem distorções que vicejam a partir de um sistema jurídico defeituoso ou obsoleto, cabe a nós, parlamentares, legítimos representantes do povo, corrigi-las. Nossos policiais foram tornados cidadãos de segunda classe quando foram negados direitos assegurados a outras categorias profissionais e, ainda mais grave, ao serem condenados ao aviltamento salarial, os policiais e bombeiros militares foram levados a essa situação ímpar: a de defensores dos bens, da ordem, da segurança, das vidas dos cidadãos e da sociedade, mas vilipendiados na sua própria segurança individual, a começar pela sua remuneração.

Fico indignado porque, o processo por si só, respeitadas todas as regras regimentais, já é demorado. Semana passada, tivemos uma grande vitória na Câmara ao aprovar em primeiro turno. Por que adiar então a votação em segundo turno? Isso só emperra ainda mais todo o mecanismo. Não vejo resposta ou argumento que seja passível de ser aceito.

Vejo na aprovação da PEC 300, uma fundamental colaboração com a melhoria da segurança pública. De forma direta, isso afetará e influenciará na atuação dos policiais, que tem o duro trabalho de combater o crime organizado e demais mazelas da sociedade. Precisamos aprovar para garantir melhores condições de trabalho ao efetivo – sendo assim não haverá mais profissionais fazendo ‘bico’ para complementar o salário.

Não há justificativa razoável para que se posterguem mais a votação de tal medida. Bem como não há razão para que permaneçam ao abrigo das normas jurídicas vigentes, as discrepâncias que alcançam os policiais e bombeiros militares entre os diferentes Estados. Queremos a aprovação da PEC 300 e a justa reivindicação aos nossos policiais e bombeiros.


* Dimas Ramalho é Deputado Federal e Procurador de Justiça licenciado do Ministério Público. Foi Secretário Estadual de Habitação, Secretário de Serviços de São Paulo, Deputado Estadual e professor de Direito na Uniara.

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OPORTUNISMO EXPLÍCITO

Falar no oportunismo eleitoral no lançamento do PAC 2 é chover no molhado, mas é bom registrar o que foi divulgado pelo Blog do Planalto, da Presidência da República, quanto à presença de 228 prefeitos no evento, devidamente representados por Eduardo Paes, aliado de Dilma no Rio de Janeiro. É mais uma correia de transmissão ligando os projetos de poder no executivo central diretamente aos projetos de poder nos executivos municipais.

Todo o debate sobre a república e a federação, sobre o centralismo verticalizante do executivo e sua possível derivação e desenvolvimento em direção a uma estrutura autoritária tem ai a sua face real e concreta.

É um processo manipulatório que se dá com a anuência da Justiça Eleitoral. Enfim, é a Justiça Eleitoral ajudando a desconstrução das instituições democráticas brasileiras. É um pouco demais da medida.






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Tim Burton, o deslocado

Kristian Dowling / Associated Press

Por Fernanda Mena



Enviada especial a Londres

 

Tim Burton que acha estranho mesmo é o mundo fora das telas. "Tudo está cada vez mais estranho, e não mais normal", disse Burton, 51, em Londres à Folha, às vésperas do lançamento de seu novo filme, "Alice no País das Maravilhas".

Inspirado na obra homônima de Lewis Carroll, um dos clássicos da literatura mundial, Burton Criou uma versão da história em 3D repleta de developtment bizarras, sofisticados figurinos, cenários e personagens fantásticos. "Seus personagens foram tão estupros na cultura pop que encarei como uma obra aberta uma interpretações".

O filme custou à Disney cerca de E.U. milhões $ 240 (ou R $ 420 milhões). Estreou nos cinemas dos EUA e da Europa na última sexta-feira, e chega ao Brasil dia 23 de abril. "Alice" bateu o recorde histórico de bilheteria de estreia em finais de semana para um filme que não é continuação, arrecadando cerca de E.U. $ 210 milhões pelo mundo.

Em uma mesa-redonda com o diretor, da qual a Folha Participou, Burton falou durante 15 minutos sobre o projeto "Alice". Ao entrar na sala, agitado, sentou-se à mesa e disparou: "De quem é essa colher aqui?" Perguntou, segurando uma colher de chá sobre a mesa deixada por sua mulher, Helena Bonham Carter, que acabara de deixar a sala de entrevistas. Carter cercou-se de uma garrafa de água, uma xícara de chá e outra de café para conversar com os jornalistas. "Alguém precisava inventar uma bebida que misturasse chá, água e café. Só assim Helena não deixaria esse tipo de vestígio por aí ", brincou ele,.

Passado o entreato início, teve uma entrevista. Gesticulando sem parar, com seus cabelos para cima e olhos arregalados sob os óculos de lentes azuis, o diretor discorreu sobre o fascínio pelos personagens de Carroll.

PERGUNTA - O que lhe interessou na obra de Lewis Carroll?
TIM BURTON - Não foi tanto uma história que me interessou, mas seus personagens. Para falar a verdade, não me lembro de ter lido "Alice no País das Maravilhas" na infância. Mesmo assim, eu conhecia os seus personagens por meio de músicas, imagens e ilustrações. Eles estão tão arraigados na nossa cultura, são tão poderosos como imagens, que Carroll não precisei ler para saber que aquilo era fascinante.

PERGUNTA - Por Têm personagens que tanto impacto até hoje?

BURTON - Aí é que está a beleza desta obra. Por mais que tenham Sido mil análises feitas sobre "Alice no País das Maravilhas", a história permanece um enigma e seu poder se mantém ao longo dos anos. Entrar em contato com essa história é como quebrar o "Código Da Vinci". Eu amo isso! Carroll fez algo que você não consegue penetrar realmente, que não fala ao Raciocínio Lógico, mas algo que dialoga com profundo em todos nós, algo subconsciente. Para mim, esse é o tipo de criação mais puro e fascinante que existe.

Pergunta - A fronteira entre realidade e sonho, em muito forte "Alice", é o Território preferencial de seus filmes. Por quê?



BURTON - Porque o mundo está ficando mais estranho, não é mais normal. No entanto, como pessoas continuam se esforçando em separar realidade de fantasia, quando essa divisão está cada vez mais embaralhada por conta da internet, da televisão etc Para mim, fantasia sempre foi uma forma de explorar a realidade. Essa é a razão por que gostei tanto de fazer "Alice". Nela, uma vida interior, os sonhos e as imagens bizarras que uma imaginação pode Produzir São Paulo, no fim das contas, reais e se transformam em ferramentas importantes para lidar com questões concretas.

Pergunta - Houve algum tipo de Limitação nas mudanças feitas sem enredo original de Carroll?

BURTON - Existem mais de 20 versões de que Alice, a meu ver, SOFREM do problema mesmo: muito literais Tentam ser. É por isso que nunca me conectei com nenhuma delas. Aquilo de que gostei do roteiro de Linda [Woolverton, roteirista] foi o fato de ela ter pego o Universo de Alice eo ter colocado num contexto diferente um pouquinho, criando uma Alice mais velha, com 19 anos. O meu objetivo foi tentar da melhor maneira Possível Ser verdadeiro com o legado eo espírito dos personagens de Carroll, e não com uma história em si. Segui meus instintos e minhas emoções sem medo. E, para mim, essa é uma mensagem de "Alice": continuar a ver as coisas de formas novas, diferentes e estranhas, algo saudável e artístico ao mesmo tempo.



Pergunta - Seus filmes sempre trazem personagens deslocados, que parecem não se encaixar No contexto Vivem em que. Alice também é uma deslocada?

BURTON - Certamente! Ela não se encaixa nem no mundo na idade que tem. Está naquela fase esquisita em que não se sente Confortável na própria pele. Há uma certa tristeza naquele personagem, e me identifico muito com ela nesse sentido. Acho que de tempos em tempos me sinto esquisito, desconfortável. Isso se torna mais forte em Certas fases da vida. Do início da adolescência aos meus 20 e poucos anos Foi um período muito complicado e difícil porque não me identificava com ninguém nem nada. É uma sensação que não abandona você nunca mais. Fica por lá em algum lugar mais feliz Esteja QUE VOCÊ e realizado. Toda vez que completa uma idade redonda, 30, 40, 50 anos, também enfrento esse desconforto por me sentir vulnerável transição, EM.



PERGUNTA - Para fazer o filme, você já declarou ter se inspirado em desenhos Rackman que Arthur fez para uma história de Carroll. O que há de especial neles?

BURTON - Para começar, hoje eu vivo na casa que era o antigo estúdio de Rackman. É um carma muito bizarro! Ele fez ilustrações de Alice e do Cavaleiro Sem-Cabeça, e hoje moro na casa dele! É incrível! Conheci seu trabalho ainda pequeno, quando vi algumas ilustrações que acompanhavam um conto de Edgar Allan Poe e achei que eram imagens de grande impacto. Por isso sabia de suas ilustrações para um livro de Carroll e que usei como referência.



Pergunta - Seu primeiro emprego foi na Disney. Como foi trabalhar novamente lá?



BURTON - Tenho uma relação engraçada com a Disney. Eles já me convidaram para projetos e depois me mostraram o caminho da porta de saída umas cinco vezes (risos). É uma relação de amor e ódio. Eles me adoram e chamam de volta, depois ficam com raiva de mim e me chutam pra fora. Eu tenho certeza de que isso vai continuar. No caso de Alice, eu disse que queria fazer esse material, sem ser muito sombrio ou fazer nada muito maluco. O material é esquisito o suficiente! É tão subversivo que, se fosse feito hoje em dia, provavelmente seria banido!



Pergunta - E literatura infantil é!



BURTON - Pois é! Se fosse produzido nos dias de hoje, jamais seria chamado de literatura infantil. Seria, provavelmente, proibido para crianças. E talvez também para adultos!


PERGUNTA - Você já foi visto como um cineasta underground, mas agora está fazendo um filme para a Disney. Qual é a diferença?



BURTON - Eu converso com muita gente independente que faz o filme e percebo que os problemas são sempre os mesmos: você precisa da grana de alguém, seja um estúdio de maluco ou de algum ricaço, o que pode ser ainda mais complicado. A natureza do cinema é essa. Eu entendo essa natureza e aprendi um aceitá-la. Hoje consigo fazer grandes filmes ou de orçamento pequeno.

Pergunta - Esse é o oitavo filme que você faz com Johnny Depp. Que tipo de alquimia existe entre vocês?

BURTON - Nós nunca pensamos nisso, e talvez seja essa a mágica. Nós vivemos o presente, não pensamos que já não fizemos nem no que vamos fazer no Futuro. Além disso, temos um gosto muito parecido, e isso ficou muito claro pra mim em "Edward Mãos de Tesoura". Temos um atalho na comunicação que torna tudo mais fácil e divertido.



Pergunta - Como foi fazer um filme em 3D? Este é o cinema do futuro?



BURTON - Eu não sei se teria feito esse filme se não fosse 3D. A proposta me pareceu uma mistura de mídias interessante. E isso me deixou muito animado. O 3D é mais uma Ferramenta. Algo que tem potencial de adicionar mais uma camada extra de sensações ao cinema. Existe uma música, a cor, o movimento ... E o 3D. Mas essa tecnologia não vai ser salvadora de nada nem a razão de ser do cinema. Pode acreditar que nos próximos meses será lançada uma porção de filmes 3D bem porcarias porque muita gente vai achar que basta ser 3D para ser bom. É uma nova onda.

 

Pergunta - Qual será seu próximo projeto?

BURTON - Vou refilmar "Frankenweenie", o segundo filme da minha carreira, em 3D.

 

Veja o trailer:Alice no Pais das Maravilhas





Escrito por Fernanda Mena

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