quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dicas Culturais - Bienal

   1. Professores: Não deixem de se cadastrar (via site ou na bilheteria especial destinada aos professores, na entrada do Pavilhão). O processo é rápido,  você irá ficar isento do pagamento do ingresso e, principalmente, com o crachá em mãos terá descontos de até 50% em várias editoras.

     2. Evidentemente, todos têm seus interesses próprios e na Bienal há opções para todo mundo. Contudo, todo e qualquer um interessado em educação e pesquisa deve dar uma passada em pelo menos dois estandes:

        * ABEU  (Estande: K10_L11). A Associação Brasileira de Editoras Universitárias reúne 100 das mais importantes editoras do setor. É uma oportunidade única para ter contato com a produção acadêmica (livros e revistas) de importantes instituições acadêmicas do país. Descontos garantidos para professores.

        * Imprensa Oficial, EDUSP, Edunesp e Ed. da Unicamp (Estande: F12_G11). Além da produção das universidade do estado, o estande tem uma ótima oferta para o povo de Cênicas: os livros da Coleção Aplauso, que traz estudos sobre grupos de teatro e biografias de gente da área, estão sendo vendidos em pequenos pacotes (três por R$ 10,00).

      3. Pra quem tiver disposição de enfrentar filas (em alguns casos) para participar de debates teóricos e acadêmicos (geralmente bons), vão aí algumas dicas da programação cultural dos próximos dias


      SALÃO DE IDÉIAS. Debates com escritores:
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      * 21/08 (17:00): Lygia Fagundes Telles e Paulo Markun. Uma das maiores escritoras contemporâneas do Brasil fala de suas invenções e memórias.

      * 21/08  (19:00): Lusotropicalismo. José Eduardo Agualusa e Mia Couto. O angolano Agualusa e o moçambicano Mia Couto mergulham no mar de histórias da língua que une África, Brasil e Portugal.

      * 22/08 (15:00). Caminhos da Independência. Laurentino Gomes

      * 22/08 (17:00). Os poetas da cidade. Martinho da Vila, Francisco Rocha e Celso Campo. Uma homenagem ao centenário de nascimento dos dois sambistas que melhor cantaram o Rio de Janeiro e São Paulo (Noel Rosa e Adorinan Barbosa).


     TERRITÓRIO LIVRE. Debates sobre temas contemporâneos
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     * 20/08 (17:00). Todas as tribos. Ciça Lessa , José Guilherme Magnani, Andromeda Aino, Tatiana Schibuola e Rui Amaral. O professor e antropólogo José Guilherme Magnani, Ciça Lessa (Rede Andib), Andrômeda Aino (Costplayer), Tatiana Schibuola (Revista Capricho), e o artista visual Rui Amaral (www.graffiti.org.br), especialistas e representantes das diferentes tribos que circulam no meio urbano dão seu depoimento sobre o que é pertencer a uma delas, e como isso ajuda a afirmar uma identidade. Com mediação de Ciça Lessa.

     * 21/08 (11:00). A moda também fala de nós: as digitais do estilo         Glória Kalil , Gilda Midani e Lilian Pacce. A consultora Glória Kalil, a estilista Gilda Midani e a jornalista e editora de moda Lilian Pacce, discutem a moda como uma linguagem que mostra também como o jovem, ao se vestir, trata seu corpo e sua imagem social.

     * 21/08 (15:00). Na tela do cinema: a paixão pela luz. Ricardo Calil, Laís Bodanki ("Bicho de Sete Cabeças"), Newton Cannito, Luiz Bolognezi e Ivan Cardoso. a cineasta Laís Bodanzky, o crítico e documentarista Ricardo Calil, e os roteiristas Newton Cannito e Luiz Bolognezi desvendam o universo das profissões ligadas à arte cinematográfica e narram as suas trajetórias. Com mediação de Ricardo Calil (um dos diretores de "Uma noite em 1967", sobre os festivais da Record)

    ESTANDE DO SESC
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    * 20/08 (14:00). De quem é essa história?. A escritora Tatiana Belinky conversa com o diretor teatral Márcio Pontes. Após a conversa, contação de histórias baseadas em sua obra, com a Cia. Polichinelo.

    * 20/08 (16:00). Tertúlia, autores. O escritor, tradutor e jornalista Bernardo Ajzenberg fala de suas memórias, influências e experiências literárias, tendo como base o romancista norte-americano Philip Roth.

    * 20/08 (18:00). Exu 7 Encruzilhadas, José Agrippino de Paula      Bate-papo sobre a vida e obra do escritor, dramaturgo e cineasta, um dos maiores gurus do movimento tropicalista. Com o músico Arnaldo Antunes, a pesquisadora Lucila Meirelles e o escritor Joca Reiners Terron.

    * 20/08 (20:00). Cultura e ação cultural. Bate-papo com Newton Cunha, organizador do Dicionário SESC. A linguagem da cultura (Perspectiva), Lia Calabre, organizadora de Políticas Culturais: diálogo indispensável (Casa de Rui Barbosa), e Isaura Botelho, especialista na área de políticas culturais. Mediação de Maurício Trindade da Silva.

    * 21/08 (14:00). Conversa e espetáculo sobre Mário de Andrade. A pesquisadora Susana Ventura fala sobre o autor. Segue-se a apresentação teatral Pio e Mário, com Paschoal da Conceição, Hélio Cícero e Douglas Simon. Texto e direção de Samir Yazbek.

    * 21/08 (16:00). Cartografia literária, experiência webliterárias  Bate-papo com a professora Heloísa Buarque de Hollanda e o poeta e editor do site de literatura Cronópios, Edson Cruz, com participação dos escritores blogueiros Nelson de Oliveira e Michelini Verunschk.

    * 21/08 (18:00). Literatura plural: poesia ? Paralelas. Encontro de poesia e música entre a escritora, poeta e compositora Alice Ruiz e a cantora e compositora Alzira Espíndola.


Para mais informações sobre a Bienal : http://www.bienaldolivrosp.com.br 


>>> Proposta feita por um professor de audiovisual (cinema) sobre as opções de eventos culturais da Bienal.

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Serra anuncia verbas à saúde e diz que Dilma plagia

Lula Marques/Folha

José Serra falou no 20º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. Disse que, eleito, injetará R$ 12 bilhões na saúde em quatro anos.

Serão, segundo ele, R$ 3 bilhões por ano, sem criar novos impostos. Referiu-se à CPMF.

Chamou de “trololó”, “falsidade” e “mentira” uma acusação que Lula faz reiteradas vezes à oposição.

O presidente acusa PSDB e DEM de terem impedido o governo de elevar as verbas da saúde ao derrubar, no senado, a emenda que renovava a CPMF.


Para Serra, a CPMF foi para os ares por culpa do governo, não da oposição. Por quê? Demorou-se a aprovar a emenda na Câmara.

Atribuiu a demora a um lance de fisiologismo do deputado pemedebê Eduardo Cunha (RJ), que presidia a Comissão de Justiça da Câmara e sentou em cima da emenda.
Cunha condicionava a CPMF à nomeação de um presidente de Furnas. De resto, disse Serra, o governo não condicionou a renovação do tributo à emenda 29.

Essa emenda define o percentual que Estados, municípios e governo federal tem de investir na área da saúde. Aguarda até hoje na fila.

Serra disse ter sugerido ao governo, por meio do grão-petê Antonio Palocci, que uma coisa –a CPMF— fosse atrelada à outra –a emenda 29.

Mas alegou que a emenda do imposto do cheque, que tinha prazo definido de votação, chegou ao Senado quando já não havia tempo para negociar.

Serra prometeu, de resto, criar um Proer para socorrer as Santas Casas e hospitais filantrópicos. Respondem por um terço dos leitos do SUS, 40% das internações.

Inquirido acerca do reajuste da tabela do SUS, Serra engasgou. Teve de interromper a fala (veja a sequência de fotos lá do alto).

A platéia derramou-se em gargalhadas. Ao recobrar a voz, Serra disse que o engosgo não se deveu à pergunta.

Ao responder disse que, sim, reajustará a tabela de pagamentos do SUS. Elevará especialmente a remuneração de cirurgias eletivas e procedimentos mais complexos.

A certa altura, o candidato tucano acusou a antagonista Dillma Rousseff de “plágio”. Disse que ela copia suas propostas para o setor.

Citou dois exemplos: suas AMAs, postos de Assistência Médica Ambulatorial, viraram, nos lábios de Dilma, UPAS (Unidades de Pronto Atendimento).

O seu “Mãe Paulistana”, programa de atendimento a gestantes, converteu-se no “Samu Cegonha” de Dilma. Contabilizou em sete as “cópias” de projetos.

Em timbre irônico, disse que não se incomoda com o plágio, mas com a falta de reconhecimento dos “direitos autorais”.

De resto, acusou o Ministério da Saúde, pasta que ocupou na gestão FHC, de municiar Dilma com dados falsos sobre o setor.

À noite, falando para a mesma platéia, o ministro José Gomes Temporão (Saúde), disse que as estatísticas de seu ministério são reais.

Atribuiu os ataques de Serra ao “jogo eleitoral”. E anunciou uma novidade que soou como música aos ouvidos da platéia.

Levou ao microfone a abertura de uma linha de crédito de R$ 500 milhões para as Santas Casas e estabelecimentos filantrópicos.

A verba virá do BNDES. E poderá ser usada como capital de giro. Uma forma de desafogar o setor, que se queixa de estar atolado em dívidas.



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Bate Bola com Quércia no Octavio Café

Dia 17 de agosto, as 11 horas, Quércia respondeu questionamentos de Jovens militantes, no Octavio Café, em clima calmo e cordial, onde todos puderam tirar suas dúvidas através de uma conversa disciplinada. 
E nós da JPS, acompanhamos de perto esta conversa! Do making Off até o café final!
- Posicionamento das Alas Jovens dos Partidos da Coligação Unidos por São Paulo, para receber Quércia.
- Quércia chega e comprimenta os participantes.
- Lista de CHAMADA! Produtores organizam os jovens, distribuem as perguntas e ensaiam antes da gravação.


- Preparativos para filmagem.




- Quércia respondendo as perguntas dos jovens.
O candidato ao senado, falou sobre todos os cargos que exerceu,  fundamentando sua experiência e crédito para o novo cargo pretendido de senador. 
Disse que apoia Alkmin e Serra.
- Jovem pergunta sobre a imagem da Juventude.
- Quércia responde: “ O jovem tem que agir, tem que assumir... Primeiro cumprir a obrigação do lar, da família, depois da sociedade” Reforçando como sendo principio vital a estrutura do seio interno antes mesmo da exposição à qualquer objetivo profissional.
Quércia demonstrou sua preocupação sobre o nível de ensino das escolas, sobretudo, da educação infantil elementar.
- E os Jovens??? O que Quércia promete quando for eleito?
- “Quero estar  junto com os jovens como senador da república...como senador, eu quero abrir o meu mandato para os jovens, para analisar aquilo que é bom para o jovem se projetar...Vou lutar junto com o Governador”

- Jovem pede dicas de empreendedorismo, para um novo empresário e Quércia diz “ ...Trabalho, doação, integração, acreditar naquilo, trabalhar com firmeza, começar procurando não ter muita divida, se dedicar, ir ganhando o espaço com firmeza e muita dedicação”
- E num clima mais informal, o possível senador comentou sobre seus costumes, “ gosto de ler, filmes, passear, sou muito caseiro, concentrador, trabalho sábado, domingo as vezes” . Relatou como foi difícil vencer a timidez e adquirir desenvoltura para falar em público no começo da carreira, “eu era tímido, o jovem em geral é tímido...” acrescentando um fato da sua juventude, quando chegou em um bar, foi recepcionado por uma caminhonete com faixas, titubiou, quase voltou para traz, mas resolveu encarar, dar a mão para todo mundo e se apresentar. Reforçou o quão é fundamental  a participação na política, caso contrário os ruins tomam o poder. Para finalizar complementou  dizendo: “ Jovem tem que ser positivo e acreditar no futuro do Brasil, o Brasil tem tudo para crescer, depende de nós”
- Tiago Toledo sendo entrevistado responde a seguinte questão: Porque os jovens devem votar em Quércia?
“ ...Pelo fato dele ser um político experiente, por ter passado por diversos cargos públicos com popularidade, por ter feito diversas realizações, como Memorial da America Latina. Foi importante para o desenvolvimento do Estado, construiu diversas estradas...”
- Momento de confraternização.
Jovens tomam café depois do Bate Bola com Quércia no Octavio Café. 




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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Participe das atividades da campanha na semana


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Roberto Freire inaugura comitê em Santos na sexta

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Alckmin aumenta vantagem em S.Paulo

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem 54% das intenções de voto e venceria no primeiro turno se a eleição fosse realizada hoje, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem. Em relação ao levantamento anterior do Datafolha, feito entre os dias 20 e 23 de julho, o tucano cresceu de 49% para 54% e ampliou sua vantagem em relação ao principal adversário, Aloizio Mercadante (PT), que tem 16% das preferências - mesmo índice registrado há três semanas pelo instituto.

Somados, os adversários de Alckmin têm 31% do eleitorado - 23 pontos porcentuais a menos que o tucano. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa receber a maioria absoluta dos votos válidos - ou seja, mais do que a soma dos adversários.

Na hipótese de haver um segundo turno entre o PT e o PSDB, o tucano venceria Mercadante por 65% a 25%.

A pesquisa foi feita de segunda-feira até anteontem - antes, portanto do primeiro debate na televisão entre os candidatos ao governo do Estado, promovido pela TV Bandeirantes. O favoritismo de Alckmin fez com que, no debate, ele se transformasse em alvo preferencial de quase todos os adversários.

 
O terceiro e o quarto colocados, Celso Russomanno (PP) e Paulo Skaf (PSB), também mantiveram seus porcentuais - 11% e 2%, respectivamente. Fábio Feldmann (PV) e Paulo Bufalo (PSOL) aparecem com 1% cada.

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CAMINHA NO MERCADÃO DA LAPA

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domingo, 15 de agosto de 2010

O BEM


por Denis Rosenfield, no Estadão

Você quer que o Estado determine o que você deve fazer? Você pensa que o Estado sabe melhor do que você o que é o seu próprio bem? Você acha que o Estado sabe escolher melhor do que você o que são os seus valores morais e pessoais? Assim colocadas, essas perguntas remetem a questões centrais de filosofia moral, que acarretam conseqüências políticas das mais relevantes. No entanto, poderia também aflorar uma outra questão, relativa à sua atualidade, como se fosse um mero problema teórico, sem importância para a vida de cada um. Engana-se quem pensa assim.

Gradativamente, o Estado brasileiro, em suas várias esferas, está-se impondo cada vez mais em detrimento das escolhas individuais e, sobretudo, de considerações morais, que deveriam nortear a subjetividade de cada um. Trata-se da autonomia que cada um tem de decidir por si mesmo, exercendo uma discriminação racional daquilo que é melhor para si. Tem ocorrido freqüentemente uma suposta coincidência entre o que o indivíduo considera para si o bem e o que o Estado lhe apresenta enquanto tal, como se o politicamente correto fosse o caminho que permitiria essa identificação. Há aqui uma armadilha.

O Poder Executivo, em particular, interfere progressivamente na vida de cada um, seja por atos administrativos como decretos, portarias, resoluções e instruções normativas dos mais diferentes tipos, seja por medidas provisórias, seja ainda por projetos de lei que vão na mesma direção. Por exemplo, uma alteração, via administrativa, de uma alíquota do Imposto de Renda tem incidência direta nos rendimentos individuais e familiares, como se o Estado soubesse fazer melhor uso dos bens particulares. Ocorre uma transferência de bens materiais, de propriedades, que surge travestida de uma justificativa de ordem moral, ancorada na concepção de que o Estado sabe moralmente melhor do que qualquer um o que é o seu bem próprio.

O Incra, por sua vez, determina, em lugar dos assentados, o que é melhor para eles, interferindo diretamente no seu cultivo e, em última instância, em sua capacidade individual de escolha, como se um assentado fosse um tolo que deveria apenas seguir as diretrizes desse órgão estatal e dos movimentos ditos sociais. Assim, o cultivo de eucaliptos é proibido pelo Incra porque contraria as suas orientações, independentemente de que ofereça melhor rendimento aos assentados do que outros cultivos ou lavouras. Por que não poderia um assentado escolher o cultivo que lhe dê maior renda e usufruir seus resultados?

Tal "normalidade" não surge como um tsunami, mas em volumes crescentes, que vão ganhando consistência e poder. O caso da saúde é particularmente revelador. Em nome dela, há propostas de aumentos de contribuições, restrições ao fumo, mesmo em recintos que afetam somente os que usufruem o ato de fumar, à ingestão de bebidas alcoólicas ou à publicidade de medicamentos. O Estado apresenta-se como o grande patrocinador da saúde, quando está patrocinando somente a si mesmo. E o faz em nome do bem de cada um. Quem lhe confere esse poder?

Observe-se que, em nome da saúde, há projeto em curso para ressuscitar a CPMF, fortemente rechaçada por toda a população brasileira. Como os brasileiros são, hoje, contrários ao aumento de impostos, este aparece disfarçado de figura moral do bem de todos. A moral surge como justificativa de um simples acréscimo da arrecadação tributária! Da mesma maneira, por que deveria uma autoridade governamental banir o fumo em locais especialmente destinados a isso, sem afetar os não-fumantes? Não sabe cada um discernir o que é melhor para si, sem o auxílio da bengala estatal? Por que deveria o Estado determinar a "lei seca", graças a uma nova regulamentação apresentada com estardalhaço, como se fosse a salvação da saúde nacional? Por que o Estado deveria regulamentar a publicidade de medicamentos de livre compra em farmácias? Se a compra pode ser feita sem receita, onde estaria o seu dano para a saúde? Amanhã, vai o Estado legislar ainda mais no lar de cada um, como já começa a fazer? Onde reside o limite, se o solar da casa já foi transgredido? Cabe ao Estado informar sobre os efeitos nocivos de determinados hábitos para a saúde pessoal. Não lhe cabe tomar o lugar da escolha individual.

Levemos esse argumento ao seu extremo. Consideremos que a ingestão de colesterol e de gorduras saturadas fazem mal à saúde. Pesquisas científicas referendariam essa avaliação. Seguir-se-ia daí que seria função do Estado decidir o que cada pessoa deveria, por dia, tomar de sorvete ou comer de carne? Os indivíduos não poderiam tomar sorvete ou comer carne além de uma determinada quantia? Haveria punição para os transgressores? Assim apresentada, a questão parece absurda, porém ela é, em seus efeitos, terrivelmente verdadeira.

Não faltam, inclusive, pseudopesquisas que procuram justificar "cientificamente" essas medidas. Na verdade, a sua justificação reside numa determinada noção do bem de natureza propriamente política, estatal, que se reveste de científica. Séries estatísticas, por definição, podem ser feitas de quaisquer coisas, bastando relacioná-las, sem que daí siga necessariamente uma relação causal. Tomemos o caso da proibição de ingestão de bebidas alcoólicas por condutores de veículos. A redução da mortalidade nas ruas e estradas tem sido atribuída a essa lei. A correlação estabelecida se faz entre a nova lei e a redução da mortalidade. Por que não uma outra correlação, entre a fiscalização rigorosa da aplicação da lei, que poderia ser perfeitamente a anterior, e a redução da mortalidade? Se afrouxar a fiscalização, haverá provavelmente um aumento de acidentes automobilísticos, apesar da lei seca. No entanto, quando isso vier a ser comprovado, o efeito midiático buscado já terá sido atingido: o Estado sempre sabe o que é melhor para o indivíduo!

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