sábado, 10 de julho de 2010

Serra sobre Dilma e a educação: “Ela ouviu o galo cantar e não sabe onde”

Por Breno Costa, na Folha:

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, elevou nesta sexta-feira o tom das críticas contra sua maior adversária na disputa, a petista Dilma Rousseff.

Ao rebater críticas feitas por Dilma ontem ao programa adotado por ele quando governador de São Paulo, e que já virou promessa de campanha, de colocar dois professores por sala de aula, afirmou que a rival “nem sabe o que é [o programa]“.

“Ela ouviu o galo cantar e não sabe aonde. Primeiro tem que explicar para ela o que é”, disse.

Segundo Serra, “o PT, pelo menos em São Paulo, não tem a mais remota preocupação com a educação”.

O tucano também atacou sindicalistas que promoveram protestos contra ele no início do ano. “São especialistas em deixar criança sem aula procurando fazer greve.”

Serra fez corpo a corpo hoje pelas ruas de Vila Velha (ES).

Por Reinaldo Azevedo

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Jardim: avanços na política de resíduos


Por: Assessoria do Parlamentar/Gabriel Ribeiro

Deputado diz que agora o Brasil poderá caminhar na direção das experiências internacionais bem sucedidas, a partir de uma diretriz ambiental e socioeconômica para que o lixo se transforme em alternativa de geração de renda, empregos, oportunidades de negócios e de sustentabilidade

Presidente do Grupo de Trabalho responsável pela proposta que foi aprovada na Câmara dos Deputados e que, posteriormente, também foi avalizada pelo Senado, além de ter sido autor da lei estadual 12.300/2006, que trata da gestão dos resíduos sólidos no Estado de São Paulo, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), em entrevista, fala sobre os bastidores da aprovação deste importante marco regulatório ambiental, seus desdobramentos e as perspectivas.

Após quase 20 anos de tramitação no Congresso Nacional, como o senhor avalia a aprovação da PNRS?

Arnaldo Jardim – Construir um modelo de Política Nacional de Resíduos Sólidos não foi uma tarefa simples para os países desenvolvidos, da mesma forma que não foi simples para o Brasil. Trata-se de um tema complexo que demanda ações conjuntas do Poder Público, do Setor Empresarial e da Sociedade e o caminho tomado anteriormente, de atribuir responsabilidades unilateralmente, não atingiu o consenso necessário para sua aprovação.

Agora, após quase 20 anos, este fato histórico merece ser comemorado por cooperativas de produtos recicláveis, empresários, representantes de ONGs ambientais, entidades setoriais de reciclagem, representantes do governo e parlamentares. A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi um momento emocionante e recompensador, uma demonstração clara de que é possível fazer política com espírito público e participação efetiva da sociedade.

Que pontos da PNRS o senhor destacaria?

AJ – A proposta reúne conceitos modernos de gestão de resíduos sólidos, entre elas:
Lixões: Proíbe o lançamento de resíduos sólidos ou rejeitos a céu aberto - os lixões.
Habitações: Proíbe nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos a fixação de habitações temporárias ou permanentes.
Importação: Proíbe a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos.
Incentivos: União, Estados e municípios poderão conceder incentivos fiscais e financeiros para indústrias e entidades dedicadas a tratar e reciclar os resíduos.
Financiamento: O poder público poderá instituir linhas de financiamento para cooperativas ou associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas por pessoas de baixa renda.
Plano de gestão: União, Estados e municípios deverão fazer planos integrados de resíduos sólidos, com diagnóstico da situação, metas de redução de lixo e reciclagem e ações para atingir os objetivos.
Logística reversa: Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes terão de dar destinação adequada aos produtos que fabricaram, após o uso pelo consumidor.
Inclusão social:por meio do fortalecimento das cooperativas de catadores.

Em suma, a proposta objetiva à prevenção e controle da poluição, a proteção e a recuperação da qualidade do meio ambiente, além da promoção da saúde pública, além de assegurar o uso adequado dos nossos recursos naturais.

Como se deu o processo de elaboração da proposta de PNRS?

AJ – Fui presidente do Grupo de Trabalho (GTRESID) destinado a examinar o parecer proferido pela Comissão Especial ao Projeto de Lei nº 203, de 1991, que dispõe sobre o acondicionamento, a coleta, o tratamento, o transporte e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde.

Nos últimos 20 meses, o GTRESID realizou várias atividades, entre audiências públicas, visitas técnicas, reuniões setoriais e promoveu um diálogo intenso e permanente com a sociedade.

Debatemos o relatório na Frente Parlamentar Ambientalista, dialogamos com outros deputados, discutimos em congressos e seminários, alcançamos um consenso que reuniu os movimentos sociais, setor empresarial e as entidades ambientalistas, em meio a um diálogo permanente com o Executivo.

Quando a sociedade poderá sentir os primeiros efeitos desta nova legislação?

AJ – A preocupação com a preservação e conservação do meio ambiente saiu da seara dos ambientalistas, atropelou os discursos de bom-mocismo ambiental de outrora, ultrapassou fronteiras, ganhou espaço no chão da fábrica e caiu na boca do povo.

A palavra sustentabilidade ganhou nova dimensão, enveredando pelas mais diversas áreas do conhecimento, da economia à saúde pública, passando da produção até a destinação final, norteando a política externa e o dia-a-dia da população.

Acredito que na medida em que a proposta começar a ser implementada, trazendo melhorias na qualidade do meio ambiente, novas oportunidades de negócios surgirem, a geração de empregos e renda apresentar benefícios para os Estados ou Municípios, a população vai perceber os desdobramentos advindos desta legislação inovadora, assim como, a grande imprensa.

Após se tornar lei, como se dará a implantação da PNRS?

AJ – A proposta PNRS, fundamentada na Constituição Federal, é de estabelecer normas gerais, ou seja, dar ao País diretrizes no que diz respeito a gestão e o gerenciamento dos resíduos.

Contudo, estou convencido de que os Estados e Municípios, embasados por estas diretrizes, deverão estabelecer legislações próprias, dentro das suas peculiaridades e realidades, proporcionando as respectivas populações um modelo eficiente que priorizará a não geração de resíduos, a reciclagem, a destinação adequada, que estarão diretamente associadas ao cotidiano de cada cidadão.

O desenvolvimento sustentável é um balizador da Política Nacional de Resíduos Sólidos, temos muito claro que podemos crescer harmonizados com os princípios da sustentabilidade. Nesse sentido, a proposta de lei induzirá a minimização da geração de todos os resíduos sólidos, sem comprometer o nosso processo produtivo. Pois, já está claro para o setor produtivo que o desafio atual está em produzir mais, produtos que tenham o seu ciclo de vida analisado, utilizando menos recursos da natureza. Impulsionando, assim, investimentos em inovação que resultarão, diretamente, em diferenciais de competitividade.

Agora, cabe a política assumir o papel de fio condutor para amarrar as diversas iniciativas, estabelecer premissas, coordenar mudanças de atitudes e direcionar a nossa sociedade rumo a um desenvolvimento, realmente, sustentável.

Particularmente, tenho comigo o sentimento de dever cumprido, pois quando eleito deputado federal, em 2006, assumi o compromisso de elaborar, articular e cobrar a aprovação da PNRS, após a bem sucedida experiência com a lei estadual 12.300/2006, em que fui o autor e conseguimos disciplinar a gestão dos resíduos sólidos no Estado de São Paulo.

Além da experiência enriquecedora, todo o processo de elaboração e aprovação da PNRS foi de extrema importância para a conscientização da preservação do meio ambiente e um sinal claro de que o Brasil está fazendo a sua parte para melhorar a vida no planeta. Essa legislação deve somar-se a outras políticas nacionais como a de Saneamento, de Mudanças Climáticas, de Meio Ambiente e de Educação Ambiental.

É difícil mencionar neste espaço todos que contribuíram para que este desafio fosse superado, mais a certeza de que este trabalho poderá desencadear profundas transformações nos modos de produção, consumo e da própria relação entre o ser humano e o meio ambiente, é a herança de sustentabilidade que deixaremos para as futuras gerações.

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Alckmin promete criar fundo de habitação

milton paes

CAMPINAS - O candidato do PSDB ao Governo do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, começou oficialmente a campanha política ontem na cidade de Campinas, interior paulista. O tucano percorreu o centro da cidade ao lado do vice, Guilherme Afif Domingos (DEM), dos candidatos ao Senado pelo PMDB, Orestes Quércia, e pelo PSDB, Aloysio Nunes Ferreira, do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, além de militantes e candidatos a deputados.


Alckmin disse que escolheu Campinas para começar oficialmente a campanha pela importância da cidade e de sua região no cenário estadual. O município é o terceiro maior colégio eleitoral do estado com 761.730 eleitores. Aliado ao PMDB, DEM, PPS, PSC, PHS e PMN, através da coligação "Unidos por São Paulo", o tucano deve gastar cerca de R$ 58 milhões na campanha, conforme declaração protocolada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
Durante duas horas Alckmin, Quércia e Aloysio foram cumprimentados por comerciantes, populares e correligionários políticos em lojas e nas ruas do centro de Campinas. Em entrevista, Alckmin disse que pretende transformar a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) da habitação. Segundo Alckmin, o Estado de São Paulo tem perto de R$ 1 bilhão por ano para investir em moradia, que é 1% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e mais os recebíveis da CDHU que daria para fazer 20 mil unidades por ano. A proposta dele é alavancar a iniciativa privada, ou seja, criar um Fundo Paulista de Habitação de Interesse Social.


"Para quem ganha até três salários mínimos, vamos pagar um subsídio através do Fundo Paulista de Habitação de Interesse Social porque essas famílias de menor renda têm dificuldades de garantia. E vamos ter o fundo garantidor para quem ganha de três até oito salários. Com isso, vamos trazer dinheiro do Fundo de Garantia, da iniciativa privada, e poder fazer quatro a cinco vezes mais moradias. Esse R$ 1 bilhão vira R$ 5 bilhões por ano à medida que usarmos esse dinheiro para cobrir o subsídio para famílias de menor renda através do fundo paulista. Vamos trazer o fundo garantidor e equalizar a taxa de juros", explica.


O presidente do PMDB de São Paulo e candidato ao Senado pelo partido, o ex-governador Orestes Quércia, disse que a expectativa daqui para a frente é avançar. "Campinas é uma cidade de tradições democráticas extraordinárias. Eu já fui prefeito e nós estamos vendo as propostas do Alckmin. Eu sou o criador da CDHU, que destinou 1% do ICMS para as casas populares. Agora essa proposta nova de ampliar por cinco a capacidade de construção de casas populares vai ser uma coisa maravilhosa para quem precisa."


Ao ser abordado sobre o que responderia ao candidato do PT ao governo, Aloizio Mercadante, que postou no Twitter que pretende reduzir as tarifas de pedágio consideradas por ele um abuso, Alckmin disse que não vai perder tempo com isso e que política para ele é coisa séria. "O programa de concessão do estado é um programa extremamente bem-sucedido. Nós temos as 20 melhores rodovias do País, da primeira à 20ª. Tivemos o prolongamento da Bandeirantes e a nova pista da Imigrantes sem nem um centavo do dinheiro público, então fazemos justiça social."


O candidato do PSDB ao governo paulista, Geraldo Alckmin, disse que pretende transformar a "CDHU no BNDES da habitação". Ele propôs um Fundo de Habitação de Interesse Social.

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Demétrio Magnoli: A escolha de Serra

Por: O Estado de São Paulo
José Serra quase desistiu de disputar a eleição presidencial no fim de janeiro. Haveria motivos para a desistência. O País cresce à taxa de 6% e o consumo explode, sob o influxo do real valorizado e do ingresso de capitais de curto prazo, num cenário de déficit na conta corrente que será sustentado durante o ciclo eleitoral. Dilma Rousseff é a candidata de Lula, do núcleo do setor financeiro, dos maiores grupos empresariais e da elite de neopelegos sindicais. A decisão de seguir em frente revela a coragem política do governador paulista. Contudo, contraditoriamente, sua estratégia de campanha reflete a sagacidade convencional dos marqueteiros, não o compromisso ousado de um estadista que rema contra a maré em circunstâncias excepcionais.

Marqueteiros leem pesquisas como seminaristas leem a Bíblia. Do alto de seu literalismo fetichista, disseram a Serra que confrontar Lula equivale a derrota certa. Então, o governador resolveu comparar sua biografia à da candidata palaciana. Mas Dilma não existe, exceto como metáfora, o que anula a estratégia serrista. "Vai ficar um vazio nessa cédula e, para que esse vazio seja preenchido, eu mudei de nome e vou colocar Dilma lá na cédula", explicou Lula, cuja estratégia não é definida por marqueteiros. O pseudônimo circunstancial de Lula representa uma política, que é o lulismo. A candidatura de Serra só tem sentido se ele diverge dessa política.

O lulismo não é a política macroeconômica do governo, tomada de empréstimo de FHC, mas uma concepção sobre o Estado. A sua vinheta de propaganda, divulgada com dinheiro público pelo marketing oficial, diz que o Brasil é "um país de todos". Eis a mentira a ser exposta. O Estado lulista é um conglomerado de interesses privados. Nele se acomodam a elite patrimonialista tradicional, a nova elite política petista, grandes empresas associadas aos fundos de pensão, centrais sindicais chapa-branca e movimentos sociais financiados pelo governo.

O Brasil não é "de todos", mas de alguns: as máfias que colonizam o aparelho de Estado por meio de indicações políticas para mais de 600 mil cargos de confiança em todos os níveis de governo. Num "país de todos", a administração pública é conduzida por uma burocracia profissional. O Brasil do lulismo, no qual José Sarney adquiriu o estatuto de "homem incomum", não fará uma reforma do Estado. Estaria Serra disposto a erguer essa bandeira, afrontando o patrimonialismo entranhado em sua própria base política?

O Brasil não é "de todos", mas de alguns: Eike Batista, o sócio do BNDES, "o melhor banco de fomento do mundo", nas suas palavras, do qual recebeu um presente de R$ 70 milhões numa operação escabrosa no mercado acionário. Também é o país dos controladores da Oi, que erguem um semimonopólio a partir de privilégios concedidos pelo governo, inclusive uma providencial alteração anticompetitiva na Lei Geral de Telecomunicações, e se preparam para formar uma parceria com a Telebrás no sistema de banda larga. O lulismo orienta-se na direção de um capitalismo de Estado no qual o BNDES, as estatais e os fundos de pensão transferem recursos públicos para empresários que orbitam ao redor do poder. Teria Serra a coragem de criticar o modelo em gestação, inscrevendo na sua plataforma a separação entre o interesse público e os interesses privados?

O Brasil não é "de todos", mas de alguns: a nova burocracia sindical, cuja influência não depende do apoio dos trabalhadores, mas do imposto compulsório de origem varguista, repaginado pelo lulismo. Ousaria Serra defender a adoção da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), declarando guerra ao neopeleguismo e retomando a palavra de ordem da liberdade sindical que um dia pertenceu ao PT e à CUT?

Num "país de todos", o sigilo bancário e o fiscal só podem ser quebrados por decisão judicial. No Brasil do lulismo, como atestam os casos de Francenildo Costa e Eduardo Jorge Caldas, eles valem menos que as conveniências de um poder inclinado a operar pela chantagem. Num "país de todos", a cidadania é um contrato apoiado no princípio da igualdade perante a lei. No Brasil do lulismo, os indivíduos ganham rótulos raciais oficiais, que regulam o exercício de direitos e traçam fronteiras sociais intransponíveis.

Num "país de todos", a política externa subordina-se a valores consagrados na Constituição, como a promoção dos direitos humanos. No Brasil do lulismo, a palavra constitucional verga-se diante de ideologias propensas à celebração de ditaduras enroladas nos trapos de um visceral antiamericanismo. Estaria Serra disposto a falar de democracia, liberdade e igualdade, distinguindo-se do lulismo no campo estratégico dos valores fundamentais?

O lulismo é uma doutrina conservadora que veste uma fantasia de esquerda. Sob Lula, expandiram-se como nunca os programas de transferência direta de renda, que produzem evidentes dividendos eleitorais, mas pouco se fez nas esferas da educação, da saúde e da segurança pública. No país de alguns, os pobres não têm direito a escolas públicas e hospitais de qualidade ou à proteção do Estado diante do crime organizado. Teria Serra o desassombro de deixar ao relento os Eikes Batistas do mundo, comprometendo-se com um ambicioso plano de metas destinado a universalizar os direitos sociais?

Há um subtexto na decisão de Serra de comparar biografias. Ele está dizendo que existe um consenso político básico, cabendo aos eleitores a tarefa de definir o nome do gerente desse consenso nacional. É uma falsa mensagem, que Lula se encarrega de desmascarar todos os dias.


Os brasileiros votarão num plebiscito sobre o lulismo. Se Serra não entender isso, perderá as eleições e deixará a cena como um político comum, impróprio para circunstâncias excepcionais.


Mas ele ainda tem a oportunidade de escolher o caminho do estadista e perder as eleições falando de política. Nesse caso - e só nesse! - pode até mesmo triunfar nas urnas.

Sociólogo e doutor em geografia humana pela USP.

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Freire: Dilma não sabe o que quer; troca programas e corre de debates

Por: Valéria de Oliveira

"É um momento difícil da candidata (Dilma Roussef), porque isso revela uma grande fragilidade dela. O que se pode esperar de uma pessoa que entrega um programa como o seu e em menos de 24 horas muda questões bastante polêmicas? Ela não sabia o que assinou ou não leu o que entregou?". Assim reagiu o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, sobre a atitude da coordenação da campanha petista de trocar as propostas de governo entregues no TSE (Tribunal Superior Eleitoral)

Para Roberto Freire, o fato é "tremendamente preocupante" porque deixa a dúvida: "como confiar em uma pessoa que, primeiro, não sabe explicar à sociedade por que quer ser presidente da República". Ela se negou a responder essa questão enviada aos presidenciáveis pelo jornal "O Globo". "Se ela está disputando o cargo, a sociedade quer saber quais são suas efetivas intenções, o que ela pretende.."

Programa

A troca de propostas no TSE, diz Freire, é um fato inédito. "Não foi uma correção ortográfica; é uma mudança de conteúdo significativa. O programa foi ela que assinou, deu entrada no tribunal; pior ainda, se ela reconhece que não eram aquelas as propostas, por que deu entrada?" Para Roberto Freire, "é incrível como alguém entrega um compromisso, propostas de governo e, em menos de 24 horas, o recusa, sob o argumento de que não era seu".

Na avaliação de Freire, a troca de programas é tão grave quanto o fato de a candidata se negar a debater. "A gente não sabe o que ela pensa; é gravíssimo ter uma candidata a presidente na qual nós não podemos ter confiança no que ela pensa, porque num dia diz uma coisa, assina uma coisa, entrega uma coisa ao tribunal e logo depois desiste de parte significativa do que está lá!".

Soberba

Freire criticou também a soberba da candidata e de sua coligação, porque ela afirmou que seu grupo era o único capaz de acabar com a pobreza. "Passaram oito anos no poder e não acabaram; diminuíram porque ela vinha diminuindo há muito tempo; se voltasse para traz seria um desastre, o cúmulo do absurdo". Freire lembrou que na educação e na segurança pública, por exemplo, o país tem resultados calamitosos; na saúde, a própria Dilma admitiu a má qualidade do SUS (Sistema Único de Saúde) atualmente.

Humilhação na Guiné

Ao falar sobre sobre a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Guiné Equatorial, Freire lamentou que o país teve "a maior humilhação que um presidente do Brasil já sofreu". O ex-sendor observou que Lula foi "censurado, calado, por um ditador de quinta categoria; e quem reagiu foram os jornalistas brasileiros, os quais quero, inclusive, saudar".

Para Roberto Freire, o Itamaraty cometeu "o maior erro de toda sua história: submeter o presidente da República a essa humilhação". O presidente da Guiné Equatorial, Obiang Nguema Mbsogo está há 31 anos no poder e comanda o país com mãos de ferro. Entretanto, após assinar acordos comerciais, Lula divulgou um acordo no qual garante que a administração da Guiné é comprometida com "a democracia e o respeito aos direitos humanos".

Ao comentar essa declaração, Freire afirmou: "Não é possível; só pode ser insensatez". Mbsogo é acusado por organizações internacionais de perseguir opositores, fraudar eleições e violar os direitos humanos; o presidente é um dos mais ricos do mundo.

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Dimas critica demora do governo para combater o crack

Por: Luis Zanini

O deputado federal Dimas Ramalho (PPS-SP) criticou, nesta terça-feira, o governo federal pela demora na instituição de políticas públicas para combater o uso de drogas ilícitas no Brasil que, segundo o relatório mundial da ONU, já conta com mais de um milhão de usuários e dependentes.

Ele disse que só depois que a “epidemia de crack” tomou conta do país é que o governo começou a agir com a criação, na última semana de junho, do Comitê Gestor do Planto Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. “A resposta do governo está vindo tarde demais porque muitas vidas já foram perdidas para o crack, a cocaína e outros tipos de droga”, lamentou.

Dimas Ramalho disse que o crack é um “verdadeiro pesadelo” para sociedade brasileira há mais de 10 anos, e que mesmo assim o governo se manteve na inércia na formulação de políticas afirmativas de combate o uso da droga, que é fabricada a partir da pasta de coca e da própria cocaína.

“O vício em crack tem de ser tratado como questão de saúde pública e o traficante com todo o rigor da lei”, defende o deputado, que é membro do Ministério Público de São Paulo.

Para ele, o governo federal precisa investir maciçamente para “virar o jogo” contra o crack e outras drogas ilícitas. “Programas de ajuda aos dependentes, de orientação e de prevenção são o melhor caminho para livramos a sociedade, sobretudo os jovens, do caminho do vício”, sugeriu.

Dimas disse esperar que o recém criado Comitê Gestor de combate ao consumdo de drogas não seja apenas uma resposta à pressão da opinião pública em véspera de eleição. “O clamor da sociedade é por uma política nacional de combate permanente as drogas, que não esteja pautada apenas pelo período eleitoral”, cobrou.

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terça-feira, 6 de julho de 2010

No coração da grande política


     
À memória de Gildo Marçal Brandão, cuja fibra generosa e combativa fazia com que rompesse fronteiras



Quem se interessa pelas coisas associadas ao poder e à comunidade humana costuma distinguir duas formas   dominantes de política.



A pequena política expressaria um lado mais demoníaco e mesquinho, concentrado no interesse imediato, na artimanha e no uso intensivo dos recursos de poder. Seria o reino dos políticos com “p” minúsculo, onde preponderariam a simulação e a dissimulação, a frieza, o cinismo e a manipulação.


A grande política, por sua vez, refletiria o lado nobre, grandioso e coletivo da política, focado na convivência e na busca de soluções para os problemas comunitários. Seria o reino dos políticos com “p” maiúsculo, onde o privilégio repousaria na construção do Estado e da vida coletiva, na aproximação, inclusão e agregação de iguais e diferentes.



A grande política sempre carregou as melhores esperanças e expectativas sociais. Não seria exagero dizer que os avanços históricos estiveram na dependência da ação de grandes políticos, de estadistas, e da prevalência de perspectivas capazes de fazer com que frutificassem projetos abrangentes de organização social. Sem pontes para unir os territórios e fronteiras em que vivem homens e mulheres – com seus problemas, idéias, sentimentos e interesses –, o futuro fica turvo demais, entregue ao imponderável.



Mas a grande política não é o oposto da pequena, nem tem potência para eliminá-la. De certo modo, é seu complemento necessário, que a impede de produzir somente o mal ou o inútil, aquele que lhe empresta utilidade e serventia. Toda operação de grande política traz em si um pouco de pequena política, que ela tenta domar e direcionar. Não há muralhas separando um tipo do outro, que se retro-alimentam. O estadista nem sempre veste luvas de pelica.



Há momentos em que a pequena política parece tomar conta de tudo. Em que faltam perspectivas e o chão duro dos interesses se distancia uma enormidade do céu dos princípios e valores que enriquecem e dão sentido à vida. Nesses momentos, a pequena política desloca a grande para a margem. Cai então sobre as sociedades uma névoa de pessimismo e desesperança, que se materializa ou numa adesão unilateral aos assuntos de cada um, ou no reaparecimento de uma fé fanática na ação providencial de algum herói. Os políticos – grandes ou pequenos que sejam – terminam assim por ser execrados e empurrados para a vala comum que deveria acomodar os dejetos sociais.



Existem também os que pensam e estudam a política. Hoje, costumamos chamá-los de cientistas políticos, abusando de um vocábulo, a ciência, que nos convida a eliminar o que existe de paixão e fantasia na explicação do mundo. Alguns desses cientistas, radicalizando o significado intrínseco da palavra, acreditam que só podem “fazer ciência” à custa do sacrifício da história, das circunstâncias, das ideologias, da própria política, e por extensão das pessoas apaixonadas, cheias de dúvidas e motivos não propriamente racionais. Fecham-se numa bolha e cortam a comunicação com o mundo, enredando-se numa fraseologia despojada de qualquer efeito magnético.



Muitas vezes, de tanto se concentrar em seu objeto, tentar recortá-lo e isolá-lo da vida social, os cientistas políticos se banalizam. Perdem o interesse em ligar a grande e a pequena política, por exemplo. Dividem-se em grupamentos mais especializados na dimensão sistêmica do Estado – competições eleitorais, governabilidade, reformas institucionais – ou mais dedicados a articular Estado e sociedade, ou seja, a encontrar as raízes sociais dos fenômenos do poder. Não são tribos estanques, e invariavelmente combinam-se entre si. Mas distinguem-se pelas apostas que fazem. Ao passo que uns investem tudo na lógica institucional, outros se inquietam na busca dos nexos mais explosivos e substantivos, que explicam porque as coisas são como são e como poderiam ser diferentes.

Nos momentos em que a pequena política prepondera, multiplicam-se os que se ocupam da dimensão sistêmica. Embalados pelos ventos a favor, tornam-se especialistas em soluções técnicas, quase indiferentes à opinião e à sorte das maiorias. Suas soluções, porém, não resolvem os problemas das pessoas. E como, além do mais, não se preocupam em construir pontes de aproximação ou romper fronteiras que separam e afastam, deixam de contribuir para que se afirmem diretrizes capazes de fornecer novo sentido ao convívio social.



Um belo dia, aqueles que vêem a política sistêmica como a quintessência da política esgotam seus arsenais. Tropeçam diante da abissal complexidade da vida, que escapa das fórmulas mais engenhosas. Nesse momento, as atenções se voltam para os que pensam a grande política. Que são capazes de injetar idéias e perspectivas à política, retirá-la da rotina e da mesmice, fazê-la falar a linguagem dos muitos, projetá-la para além de fronteiras e interesses parciais enrijecidos.



Um círculo então se fecha e a política se mostra por inteiro. Na face menor, revela a pequenez, a malícia e a vocação egoística de tantos que se aproximam do poder para usá-lo sem causas maiores. Na face grande, resplandece o ideal de que o futuro, por estar sempre em aberto, pode ser construído com ideais, instituições democráticas, bons governos e cidadãos ativos, dando expressão igualitária a desejos, esperanças e convicções de pessoas dispostas a viver coletivamente.



O cientista político surge então de corpo e alma. Sem olhar com desprezo para o pequeno mundo da política miúda, que ele sabe ser parte da vida, mas sem perder de vista o valor da grande política, que exige idéias e doses expressivas de criatividade e desprendimento.



Quando ele falta, ou desaparece, um vazio se abre. E fica mais difícil de ser preenchido.



Marco Aurélio Nogueira, Professor Titular de Teoria Política da Universidade Estadual Paulista-UNESP


Fonte: AGESTADO

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CONGRESSO MUNICIPAL DA JUVENTUDE POPULAR SOCIALISTA DE INDAIATUBA

A JPS/SP CADA VEZ MAIS ORGANIZADA


A Juventude Popular Socialista de Indaiatuba realizar-se-a neste próximo sábado o congresso municipal. Os jovens que compõe a JPS na cidade buscam maior participação nas políticas públicas em prol da juventude local e da região.


No congresso a juventude lançará a candidatura do futuro Deputado Federal José Onério, que representará a cidade e toda região. Assim, a juventude estará bem representada na Câmara dos Deputados e com grande inserção na comunidade local.


DATA: 10 de julho de 2010


HORÁRIO: 16:00 hs


LOCAL: Hípica Indaiatuba

Estrada do Sapezal, s/n - KM 3

Indaiatuba - SP

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

REINALDO AZEVEDO E O NEGÓCIO DA CHINA

Reinaldo Azevedo

O Capitalismo de Estado basicamente é uma aliança entre a tecno-burocracia estatal e setores da economia privada.


Evidentemente é necessária alguma teoria, como o nacional desenvolvimentismo, e algum partido político, como o PT, partindo da sociedade civil para hegemonizar a máquina estatal como forma de consolidar do processo.


Existem inúmeros exemplos que mostram a amplitude dessas alianças.
Um bem recente foi a "colaboração" brasileira na reconstrução do Haiti, onde enfiamos goela abaixo do governo daquele país uma hidroletétrica sem que possam fazer qualquer licitação internacional, pois o obra será financiada pelo nosso BNDES. Quais empresas construirão a usina deixo à perspicácia do leitor, mas lembro que também estavam presentes e também valorizadas durante a dituadura.


A marca deste gênero de "aliança" é justamente a promiscuidade.
Ainda outro dia o Agnelo, candidato do PT ao governo do DF, falava num tal de "leito histórico" das esquerdas no Brasil. Depois da história do vídeo e da ONG certamente o "leito comum" dele parece que é a promiscuidade. Para os ocupantes do "leito comum" vale a frase: "Só espero que ... não se descuidem dos frutos da utopia jamais!!!"


O Reinaldo Azevedo nos apresenta outro exemplo bem interessante.
Do texto destaco, para reflexão de todos e todas o que está abaixo e mostrar que a garotada tem sorte. Claro só pode ser sorte ter para vender justamente o que os amigos mais íntimos querem comprar.
Um verdadeiro "negócio da China":


"Uma pequena empresa de comércio exterior que eles criaram há três anos, a Asian Trade Link (ATL), representa um consórcio interessado no trem-bala que ligará São Paulo ao Rio, uma indústria que quer vender turbinas para a hidrelétrica de Belo Monte e uma empresa que está de olho no petróleo do pré-sal."


Demetrio Carneiro


O LENINISMO DE RESULTADO: PETISTAS CRIAM EMPRESA PARA FAZER NEGÓCIOS DA CHINA. E TIVERAM O APOIO DE LULA


O negócio do momento é o socialismo de resultados!


Em nenhum país do mundo, com as prováveis exceções das máfias russa e chinesa, a esquerda se deu tão bem quando se meteu, como dizer?, com a economia de mercado como no Brasil. Em breve, os “radicais petistas” estarão fazendo seminários mundo afora sobre como se dar bem no capitalismo pregando o socialismo. Por que isso?


O Brasil tem uma verdadeira dinastia de “vermelhos”, uma família de “radicais autênticos”. O nome mais conhecido hoje é Valter Pomar, expressão da dita extrema esquerda petista. Ele tem sempre uma porcentagenzinha dos votos que lhe permite a fama de autêntico esquerdista e lhe garante o posto de Secretário de Relações Institucionais do partido. Entre 14 e 29 de maio, Pomar, o Valter, fez uma excursão política pela Espanha, França, Suécia e Inglaterra, com uma parada em Frankfurt, na Alemanha. Recebeu tratamento VIP do Itamaraty, coisa de autoridade mesmo!


Valter é filho de Wladimir e neto de Pedro, lendário dirigente comunista morto durante o regime militar. E é Wladimir — nome que homenageia seu xará mais famoso, o Lênin — um dos protagonistas da reportagem abaixo, de Ricardo Balthazar, na Folha deste domingo. Vejam que mimo. Eu já começo a me encantar com o fato de um notório comunista ser “consultor de empresas”…


* Na parede atrás da mesa de trabalho do consultor de empresas Wladimir Pomar, há uma fotografia que mostra seu pai apertando a mão do primeiro-ministro chinês Chu En-lai ao final de um encontro político, em 1971. O empresário Marco Polo Moreira Leite faz negócios com a China desde a década de 90, quando procurava produtos chineses para abastecer redes de varejo brasileiras e viveu perto de Pequim. Os dois trabalham juntos hoje em dia, abrindo portas no Brasil para um punhado de gigantes estatais chineses que querem entrar no país. Uma pequena empresa de comércio exterior que eles criaram há três anos, a Asian Trade Link (ATL), representa um consórcio interessado no trem-bala que ligará São Paulo ao Rio, uma indústria que quer vender turbinas para a hidrelétrica de Belo Monte e uma empresa que está de olho no petróleo do pré-sal.


“A China tem dinheiro e tecnologia”, diz Pomar. “Em vez de ficar com medo, o Brasil deveria ter políticas para atrair esses investimentos.” Pode parecer ambição demais para uma empresa tão nova, mas Pomar e Moreira Leite têm uma vantagem que poucos possuem nesse ramo: uma vasta rede de relacionamento que ajuda a abrir caminho no Brasil e na China.


Aproximação


Filho de um dirigente do PCdoB que foi morto pela polícia na ditadura militar, Pomar, 74, participou da fundação do PT e é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi o coordenador da primeira campanha presidencial de Lula, em 1989. Moreira Leite, 66, começou a trabalhar com Pomar em 2002. Lula estava prestes a assumir o poder e os amigos de Moreira Leite na China o procuraram. “Eles queriam muito se aproximar do novo governo”, diz o empresário.


Pomar levou o assunto a Lula, e a dupla recebeu dinheiro do governo para realizar seminários promovendo o comércio entre o Brasil e a China. Eles participaram da organização da primeira visita de Lula à China, em 2004. Na mesma época, Pomar apresentou à então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o grupo Citic. A Eletrobras depois o contratou para construir uma usina termelétrica em Candiota (RS).


Pomar diz que evita tirar proveito de sua amizade com Lula para fazer negócios. Mas sabe como os chineses valorizam esse tipo de conexão. “Aprendi com eles que você precisa ter relações com todo mundo”, afirma Pomar. A ATL tem 13 sócios. Entre eles, estão o ex-vice-governador de Mato Grosso do Sul Egon Krakhecke, que é do PT e hoje é secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente. São sócios o deputado estadual Jailson Lima, do PT de Santa Catarina, e o ex-deputado federal Luciano Zica, que deixou o PT para entrar no PV.


Encerro


Bem, leitor, leia a reportagem completa na Folha. Eu me confesso encantado com o socialismo de mercado. E fico também mais tranqüilo quanto ao futuro de Valter, o radical de plantão no PT. Neto de Pedro, o lendário comunista; filho de Wladimir, o esquerdista consultor de empresas, tem tudo para ser o pai de potentados do capitalismo, né?


Só espero que os Pomares não se descuidem dos frutos da utopia jamais!!!

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