domingo, 25 de outubro de 2009

Diretório do PPS rejeita antecipação de 2010 e diz que Lula se desespera com “Dilma Marolinha”

A oposição não pode entrar no jogo de Lula e antecipar a campanha presidencial de 2010. Essa conclusão marcou a abertura do encontro do Diretório Nacional do PPS que acontece neste final de semana, em Fortaleza. “A crise econômica não era uma marolinha. Marolinha é a candidatura de Dilma e por isso o desespero de Lula em antecipar a campanha”, resumiu o líder do PPS na Câmara, deputado federal Fernando Coruja (SC).
Para ele, é preocupante para o Planalto ter uma candidata do governo que até agora não passou dos 20% de intenções votos nas pesquisas. A opinião de Coruja vai na mesma linha do raciocínio do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, que abriu o encontro da direção nacional do partido afirmando que a oposição não pode entrar no confronto proposto por Lula. “Ele quer um confronto e está desesperado por não saber com quem vai duelar (com os governadores tucanos Aécio Neves ou José Serra). Não vamos cometer equívocos pela pressa”, ponderou Freire.
A preocupação do PT é tão grande, salienta o presidente do PPS, que o governo apelou para um factóide na tentativa de impulsionar a candidatura da ministra da Casa Civil. “Eles precisam criar um factóide, que é a tal de aliança com o PMDB, para ocupar espaço na mídia. Ora, eles fizeram uma aliança com aqueles do PMDB que já estavam com eles (José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho). Não é com todo o partido. O PMDB gaúcho, por exemplo, já alertou que não vai aceitar essa antecipação”, citou o presidente do PPS.
O governo Lula tem uma candidata fraca, que não decola. Por isso, diz Freire, a preocupação desenfreada de Lula em antecipar a campanha para tentar colar a ministra em seu prestígio pessoal. “Parece que Lula escolheu uma candidata para não ganhar a eleição. Agora, quer colar Dilma em seu prestígio, afrontando a legislação eleitoral”, disse. Para ele, a oposição não ganhará nada entrando nesse jogo de antecipação de campanha.
O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), também considerou precipitada a pressão pela definição do nome do candidato a presidente da oposição. “Pode até trazer problemas administrativos para os governadores Serra e Aécio”, disse. No entanto, lembrou que é preciso começar a compor o palanques nos estados. A opinião é compartilhada pelo líder do PPS, Fernando Coruja, que propôs, assim como Jardim, a criação de um grupo para a costura política de toda a estrutura política que dará suporte à candidatura da oposição em 2010. “Temos que pensar também no fortalecimento do PPS”, disse Coruja.
Freire resumiu a situação. “Não vamos também escolher o candidato em março, pois é fato que Lula antecipou a campanha. Mas também não precisamos correr porque o governo quer”, disse, lembrando que é fato inédito o que acontece hoje na política do país. “A campanha costuma começar em março, abril, mas Lula rasgou as regra eleitorais”, disse, no que Coruja completou: “Ele acha que é Jesus, que tudo pode, e até usa Judas como testemunha”.
Ciro GomesIndagado sobre o futuro de Ciro Gomes nesse processo, se vai ser candidato a presidente ou ao governo de São Paulo, Freire foi irônico. “Eu não acho nada, quem acha é o Lula”, disparou.