terça-feira, 23 de novembro de 2010

Alckmin tenta atrair apoio de movimento sindical em SP

Após desgaste entre governo Serra e sindicalistas, tucano pede diálogo e estuda abrir espaço para lideranças em seu governo
A pouco mais de um mês para o início de seu mandato, o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ensaia uma aproximação com o movimento sindical para atenuar o desgaste entre as centrais e o governo paulista ocorrido durante os quase quatro anos da gestão Serra.

Foto: Agência Estado
O governador eleito de SP, Geraldo Alckmin















O aceno foi feito nesta segunda-feira, quando Alckmin se reuniu, pela manhã, com nove lideranças sindicais – todas ligadas à Força Sindical ou à União Geral dos Trabalhadores (UGT) – e sinalizou que, em seu governo, pretende manter um canal permanente de negociação.
“Quanto mais nós ouvirmos, menos nós vamos errar”, disse o governador, após o encontro.
Em troca de apoio, as centrais pedem que o próximo secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado seja indicado pelas entidades. Um dos nomes aventados é o do deputado estadual Davi Zaia (PPS), ligado aos bancários. Setores da Força, no entanto, rejeitam a opção e pedem que haja consenso em torno do indicado.
A pasta, sob Serra, era chefiada por um empresário, o vice-governador eleito Guilherme Afif Domingos (DEM).
Os sindicalistas também pleiteiam vagas nos conselhos do próximo governo, como de desenvolvimento social.
Após o encontro, Alckmin negou que o nome do próximo secretário tenha sido discutido com os sindicalistas. “Não tem pressão. O único pleito que colocaram é pelo dialogo permanente com o governo”, disse.
"No próximo governo temos tudo para recuperar essa aproximação. Senti um clima favorável para isso”, disse.“Não tínhamos dialogo com governador do Estado há muito tempo. Os canais foram fechados no último mandato, e houve um grande distanciamento entre governo e movimento sindical. E levantamos essa preocupação a ele (Alckmin)”, disse, também após o encontro, o vice-presidente da Força, Miguel Torres.
Torres lembrou que, na campanha eleitoral, a maioria das lideranças sindicais gravitaram em torno da candidata Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, no entanto, o fato de parte das entidades, como a Força, estar no barco do governo federal não impede a reaproximação com o governo paulista.
“O que levamos para o governador é que temos enfrentado problemas no Estado, principalmente com acidentes de trabalho, que cresceram muito por causa do excesso de horas trabalhadas, sem hora extra”, disse.