terça-feira, 29 de junho de 2010

Convenção Nacional do PPS

                        
A Convenção Nacional do Partido Popular Socialista (PPS), realizada no Hotel Guanabara, centro do Rio, formalizou a candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República. O nome de Álvaro Dias, indicado para ser o vice do candidato tucano, também recebeu o apoio do partido no evento que contou com a participação de mais de 500 pessoas. O presidente do PPS, Roberto Freire, fez duras críticas ao Presidente Lula, citando, por exemplo, as consecutivas multas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por propaganda antecipada para sua candidata. Freire também lembrou que foi neste mesmo hotel (Guanabara) onde o partido em 2004 decidiu romper a aliança com o governo do presidente Lula por discordar dos rumos que o PT tomou depois de chegar ao poder. E que, a partir daquele instante, “começava a formação da aliança com os tucanos”.
O candidato ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, criticou o Governo do PT. “Regredimos politicamente. Políticos hoje são mal vistos porque estão interessados em problemas pessoais. Perdemos o contato com os valores”, disse o candidato do Partido Verde.
   Gabeira pediu um minuto de silêncio para as vítimas das
   chuvas em Pernambuco e Alagoas.

Soninha Francine, a única mulher na bancada, ressaltou as qualidades na conduta de José Serra, mesmo tendo sido, como vereadora, parte da oposição de seu governo enquanto ele era prefeito de São Paulo. Francine enunciou os motivos para o seu rompimento com o PT, assim resumidos: um partido antes de intolerância e rigor com os desvios de conduta dos outros, e hoje de reação apática em relação às denúncias dentro de suas fileiras, depois que chegou ao poder. O partido intransigente e que se recusava a fazer tipos de alianças e reformas, e que, hoje, em nome da governabilidade, passou a fazer todo e qualquer tipo de acordo, não importa qual. Lembrou também que as políticas compensatórias criadas no Governo anterior (Programas de Bolsa), eram amplamente criticadas, quando na oposição. E que hoje o Governo Lula se gaba de ter aumentado o alcance do Programa, quando deveria, isso sim, festejar se os índices mostrassem que menos gente depende de tal auxílio. “Políticas emergenciais serão necessárias nesse país ainda por um bom tempo DESDE QUE a gente tenha muito claro qual é a porta de saída para a autonomia e a independência”, sentenciou a partidária do PPS.
Em seu discurso, Stepan Nercessian pronunciou críticas ácidas à forma como se faz política muitas vezes no Brasil, tratando os eleitores como massa de manobra. Stepan disse que quem está no PPS, não está atrás de facilidades, todos têm uma história de luta, que as conquistas de cada um ali presente são fruto de muito trabalho, exemplos de perseverança. “Nós somos pessoas que estamos na política porque somos pessoas que gostamos e honramos a política. Nós fazemos a política muitas vezes para combater a politicagem. E fazer política nunca foi fácil em lugar nenhum do mundo, e muito menos aqui no Brasil. Existe um trabalho enorme para todos nós candidatos que é despertar de novo em cada cidadão o minimo de crença de que estamos na política, não para fazer politicagem, mas para fazer o Brasil voltar a pensar. Pensar é refletir, conhecer, se aproximar do conhecimento. Significa que você pode ter uma idéia própria. E quem está no poder frequentemente se sente ameaçado diante de novas consciências”, concluiu o vereador Stepan Nercessian.
                          

                                                                                                    


   


por Raphael Oliveira