quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tracking tucano: Dilma em viés de queda


O sigilo do genro de Serra, Alexandre Bourgeois, foi violado oito dias depois que o mesmo aconteceu com Verônica Serra, na fatídica agência da Receita em Mauá.

Não é o caso de brincarmos, com surrealismo, antevendo a aparição de mais uma procuração.
É o caso, sim, de reeditarmos o dito popular, aquele que ensina a respeito de minhocas. Quanto mais se cava, mais elas aparecem.
De um lado, tornam-se evidentes os furos em um órgão tido e havido como exemplar, no Brasil e fora dele. Não é preciso ser um ás em administração pública ou privada para se chegar, no mínimo, à irresponsabilidade, despreparo e incapacidade da cadeia de comando da Receita. Fossemos uma democracia mais madura, as demissões e suspensões liminares neste órgão de Estado seriam as respostas concomitantes às apurações.
Se foram acessados e violados os sigilos fiscais de centenas de contribuintes – a receita admite que foram – em nada estão absolvidos os fabricantes de dossiês. É plausível que tenham se valido de um esquemão que transacionava dados sigilosos. Os bagrinhos e bagrinhas serão oferecidos à opinião pública, pero no mucho. Serão protegidos ao máximo pela teia burocrática. O receio de que botem a boca no trombone precede qualquer intenção séria de tapar os buracos na receita e defender sua despolitização.
É impossível acreditarmos que os sigilos de Verônica, Alexandre, do marido de uma prima de Serra, de Eduardo Jorge e de Mendonça de Barros tenham caído na malha criminosa por puro acidente. A estatística se recusa a acreditar nesta “aleatoriedade” peessedebista quando nem um único petista foi objeto do mesmo crime.
Quanto mais se cava, não apenas mais aparece. O governo, via seu representante máximo, Luís Inácio, o partido, via Dutra, e a candidata, não expressam repúdio, nem exigência das apurações e punições liminares. Ao contrário, jogam a culpa dos crimes no colo das vítimas, que estariam até se aproveitando de sua condição. As insinuações de Gilberto Carvalho sobre o envolvimento de Aécio Neves na trama circulam na praça sem desmentido, oficial ou oficioso.
A pergunta é fatal. Onde estão a OAB, o Ministério Público e o tão zeloso – em tecnicidades – TSE?
Seria exagero dizermos que a República já está contaminada pelo deboche liberticida?

(Escrito por pitacos às 17h47)