terça-feira, 21 de outubro de 2008

São Bernardo do Campo = PPS Dividido

Alex pede licença da Assembléia para se dedicar à campanha do PT

Rita Donato
Do Diário do Grande ABC

Derrotado no primeiro turno, o ex-candidato a prefeito de São Bernardo pelo PPS, Alex Manente, solicitou licença da Assembléia Legislativa para se dedicar à campanha petista. O requerimento foi encaminhado à Casa segunda-feira, uma semana após o deputado estadual firmar a esperada aliança com o prefeiturável Luiz Marinho (PT).

Considerado o principal cabo eleitoral do grupo oposicionista - que também conseguiu capitanear o apoio do PTdoB -, o parlamentar justificou o afastamento tardio alegando a necessidade de "maior empenho" no processo eleitoral no segundo turno. O esforço redobrado ao qual se refere é para tentar transferir ao novo aliado os 12,24% dos votos válidos que obteve nas urnas.

"Decidi me afastar porque faltam 12 dias (hoje faltam 11) para escrever uma nova fase na história da cidade", argumentou, referindo-se à possibilidade de o PT vencer a eleição e desbancar o time governista, que reveza o poder há 12 anos. "Não poderia me ausentar no momento em que será decidido o destino político de São Bernardo. Meus eleitores merecem esse comportamento respeitoso."

Embora não tenha demonstrado o mesmo "respeito" com o seu eleitorado durante os três primeiros meses de campanha - quando concorria ao pleito e não se afastou da função -, Alex ressaltou que a ação foi articulada com a liderança do PPS. "Estive na Assembléia na (última) quarta-feira, conversei com meu líder e como não havia nenhuma votação relevante, optei pela licença."

Indagado sobre o motivo pelo qual não pediu a licença enquanto concorria ao Paço, o deputado garantiu não ter "sentido tal necessidade", já que, segundo ele, as discussões na Casa não avançaram por conta da ausência de vários parlamentares que disputavam cadeiras de Executivos. "Todas as terças e quartas-feiras (dias de votação) marcava presença, mesmo com poucas discussões. Não existia necessidade (de pedir a licença) porque não houve avanço nos debates."

Sem receio de que sua postura ressalte os rumores sobre a suposta união com Marinho antes mesmo dos registros das candidaturas, o popular-socialista admitiu maior comprometimento com a nova fase da campanha. "Estou mais feliz do que quando buscava votos para minha candidatura."

Embora a Assembléia não tenha liberado a lista de presença dos deputados - que não garante a permanência no plenário -, parlamentares afirmaram que na última semana Alex não foi visto nos corredores da Casa.


Comando do PSDB traz apoio em bloco

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Da redação

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, garantiu seu apoio ao candidato a prefeito em São Bernardo, Orlando Morando (PSDB). "Ele é um grande candidato, subestimá-lo é um erro". Com discurso inflamado, ele salientou seu apoio à candidatura de Morando, em evento que reuniu a cúpula nacional do partido, na manhã de ontem. Entre os presentes estavam o presidente estadual do PSDB, deputado Antonio Carlos Mendes Thame; o ex-ministro da Educação, deputado Paulo Renato; o secretário geral do partido em São Paulo, César Gontijo; os deputados federais Duarte Nogueira, William Woo, Antonio Carlos Pannunzio; além dos presidentes de diretórios do ABC.

Concretizando a formação de uma frente nacional anti-PT, Guerra fez um comparativo entre a campanha municipal e a "federal". "São Bernardo tem uma campanha limpa, de mãos limpas e é com essas mãos que Morando vai governar a cidade". Para ele o dinheiro declarado na campanha do sindicalista Luiz Marinho (PT), R$ 15 milhões, vem de fontes duvidosas.

"Esta campanha é milionária, eles não vão gastar o dinheiro que acumularam em campanha política". Para Guerra, o PSDB enfrenta "um governo que não tem limite, usam dinheiro, usam polícia e outros meios para confundir o eleitor. O PT tem horror à democracia, mas o que vale é a vontade do cidadão".
Orlando Morando, que estimou seus gastos em R$ 6 milhões e, até agora não chegou a metade do valor, acredita que a campanha está sendo desleal. "O volume financeiro aplicado aqui é desproporcional. Existe um tsunami financeiro na cidade feito pelo PT", disse. "Superar esta máquina financeira e violenta, não é fácil. Isso não é democracia, é ditadura da minoria", completou.

"Nós precisamos redobrar a luta para irmos rumo à vitória. É a vitória contra a máquina federal, contra o presidente Lula que se esquece da crise que o país atravessa para fazer campanhas municipais", completou o deputado Paulo Renato.

Orlando agradeceu o apoio dos sete partidos aliados durante o primeiro turno, que fizeram 12 cadeiras na Câmara Municipal e aos cerca de 50 candidatos que eram ligados a partidos da base do candidato derrotado nas urnas, Alex Manente (PPS).